Trump vence as eleições presidenciais nos EUA

Foto de KAMIL KRZACZYNSKI/AFP via Getty Images

Donald Trump foi reeleito presidente dos Estados Unidos com 279 votos no Colégio Eleitoral, superando o mínimo de 270 votos e garantindo um retorno surpreendente à Casa Branca após sua derrota em 2020. Além da vitória no Colégio Eleitoral, ele obteve uma vantagem de cerca de 5 milhões de votos sobre sua adversária Kamala Harris. O resultado marca um retorno notável para Trump, que, aos 78 anos, promete uma nova fase de sua liderança com fortes implicações, tanto domésticas quanto internacionais.

Durante a campanha, Trump foi enfático em relação a temas de política externa, prometendo uma abordagem assertiva em crises globais como o conflito entre Rússia e Ucrânia, as tensões com a China e o crescente conflito no Oriente Médio. Ele chegou a afirmar que resolveria o conflito na Ucrânia em 24 horas, caso estivesse na presidência, e que a existência de Israel estaria ameaçada sob uma possível vitória democrata. Essa retórica de “paz através da força”, segundo aliados, será um dos pilares de seu segundo mandato. Analistas, contudo, expressam preocupação com os possíveis impactos de uma política externa errática e de uma visão nacionalista e isolacionista.

Conflito na Ucrânia

Um dos maiores desafios para o novo governo de Trump será o conflito entre Rússia e Ucrânia. Trump já havia afirmado que a invasão de 2022 nunca teria ocorrido se ele estivesse na presidência, embora não tenha especificado como atuaria para conter o presidente russo Vladimir Putin. Durante a campanha, Trump sugeriu que a Ucrânia poderia ter que ceder parte de seu território para alcançar a paz, algo que o atual presidente Volodymyr Zelenskiy e a maioria dos ucranianos rejeitam. Zelenskiy, entretanto, expressou apoio ao princípio de “paz através da força” de Trump, na esperança de que essa abordagem possa levar a uma resolução justa para o conflito.

A postura de Trump em relação à OTAN, no entanto, preocupa os aliados. Durante seu primeiro mandato, ele criticou países membros da aliança que não cumpriram as metas de financiamento militar, chegando a sugerir que não os defenderia em caso de agressão russa. Especialistas alertam que a nova presidência de Trump representa um desafio existencial para a OTAN, que apoiou fortemente a Ucrânia desde o início da guerra.

Oriente Médio e Israel

Outro ponto central para Trump será o Oriente Médio, onde os conflitos entre Israel e seus vizinhos voltaram a escalar. Israel, sob o comando de Benjamin Netanyahu, enfrenta confrontos com Hamas em Gaza e com milícias apoiadas pelo Irã. Trump já demonstrou apoio incondicional a Israel, afirmando que continuará a fornecer armas para o país. Durante a campanha, ele declarou que a eleição de Kamala Harris representaria um risco para a segurança de Israel, afirmando que somente ele poderia proteger o país.

Analistas esperam que Trump dê a Israel maior liberdade para agir contra o Irã, país que intensificou seu programa nuclear desde que Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear em 2018. Além disso, Trump pode tentar retomar sua iniciativa de normalização de relações entre Israel e países árabes, como a Arábia Saudita, ampliando os acordos de Abraham assinados durante seu primeiro mandato, que estabeleceram laços diplomáticos entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

Tensões com a China

A relação entre Estados Unidos e China também será central no governo Trump, que prometeu uma posição ainda mais dura em relação ao país asiático. Durante sua campanha, Trump sugeriu a imposição de tarifas mais elevadas sobre produtos chineses e europeus, como parte de uma política econômica protecionista. Especialistas, porém, alertam que tais medidas podem aumentar os preços para os consumidores americanos e criar instabilidade financeira global.

Trump também se mostrou ambíguo em relação ao presidente chinês Xi Jinping, a quem elogiou pela “inteligência” e pela “mão de ferro” com que governa o país. No entanto, ele afirmou que a China nunca se atreveria a invadir Taiwan caso ele estivesse na presidência, uma vez que o país teria que pagar aos EUA pela defesa da ilha.

Internacional e Federal

A nomeação de sua equipe de segurança nacional será um ponto-chave no governo de Trump. Críticos acreditam que ele evitará figuras republicanas tradicionais, que em seu primeiro mandato atuaram como uma espécie de “freio” às suas decisões mais extremas. Em seu novo governo, espera-se que Trump nomeie aliados leais a cargos no Pentágono, Departamento de Estado e CIA, conferindo-lhe maior liberdade para implementar sua agenda.

Com seu retorno à presidência, Trump está determinado a transformar profundamente a estrutura do governo federal. Durante a campanha, ele prometeu demitir funcionários públicos que considera desleais e usar agências de segurança federal para investigar adversários políticos, desafiando uma longa tradição de independência dessas instituições.

Com informações da Reuters.

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