Kemi Badenoch foi eleita nova líder do Partido Conservador no Reino Unido neste sábado, tornando-se a primeira mulher negra a liderar um grande partido político no país. Ela sucede Rishi Sunak, prometendo uma revitalização após resultados desfavoráveis nas últimas eleições.
Badenoch, aos 44 anos, conquistou 57% dos votos dos membros do partido, vencendo o ex-ministro da imigração Robert Jenrick, que recebeu 43% dos votos.
Sua vitória marca o início de uma fase de renovação para os Conservadores, que ela critica por terem se desviado dos seus princípios fundadores, acusando-os de governar com uma inclinação para o centro político.
Posicionando-se firmemente na ala direita do partido, Badenoch propõe uma redução do papel do Estado e a promoção das liberdades de expressão e de mercado. Ela se compromete a desafiar o que descreve como um pensamento institucional de esquerda, destacando a importância de princípios conservadores tradicionais.
A eleição de Badenoch é um marco, reconhecido até pelo primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer, que saudou sua vitória como um “momento de orgulho para nosso país.”
Apesar disso, Badenoch expressou em várias ocasiões que prefere não enfocar sua raça. “Sou alguém que quer que a cor da nossa pele seja tão insignificante quanto a cor dos nossos cabelos ou a cor dos nossos olhos”, declarou durante a conferência do Partido Conservador.
A reação pública à sua liderança é mista. Enquanto alguns eleitores negros em Londres expressam cautela, observando que o apoio a ela dependerá de suas ações como líder, outros, como a estudante Imani Samuels, sugerem que Badenoch deveria se orgulhar mais de sua identidade racial.
Este momento é particularmente significativo, já que Kemi Badenoch se torna a quinta pessoa a liderar os Conservadores desde 2016, um período marcado por intensa turbulência política.
Seu estilo direto e suas opiniões contundentes sobre temas como política de identidade e a funcionalidade dos servidores públicos têm polarizado opiniões, ganhando tanto apoio fervoroso quanto crítica intensa dentro e fora do partido.
Badenoch assume a liderança em um momento em que o governo trabalhista enfrenta desafios, com alguns membros do Partido Conservador expressando otimismo de que poderão retomar o poder na próxima eleição. No entanto, há preocupações de que sua liderança possa alienar eleitores moderados e aqueles conquistados recentemente pelos Liberal Democratas.
Ela concluiu seu discurso de aceitação com um apelo à ação: “A tarefa que está diante de nós é difícil, mas simples; nossa primeira responsabilidade como oposição leal de Sua Majestade é responsabilizar este governo trabalhista. Nosso segundo dever não é menos importante, é nos preparar ao longo dos próximos anos para governar.”
Com informações da Reuters
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