O Ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, anunciou que seu país responderá de forma equivalente ao uso dos ativos congelados do banco central russo pelo Ocidente.
Segundo Siluanov, a Rússia adotará medidas semelhantes ao congelar e utilizar os fundos de empresas e organizações consideradas hostis.
Essa declaração surge após os EUA e aliados bloquearem cerca de US$ 300 bilhões em ativos pertencentes ao banco central russo, em resposta à escalada do conflito na Ucrânia iniciada em fevereiro de 2022.
Uma parcela significativa desses fundos, aproximadamente € 197 bilhões (US$ 213 bilhões), está retida na câmara de compensação Euroclear, em Bruxelas.
Na quarta-feira, os Estados Unidos revelaram planos de usar os recursos desses ativos congelados para financiar um empréstimo multibilionário a Kiev.
O governo americano anunciou que disponibilizará US$ 20 bilhões a Kiev, como parte de um pacote mais amplo de US$ 50 bilhões do G7, utilizando os lucros gerados pelos ativos russos bloqueados para oferecer assistência à Ucrânia, “sem sobrecarregar os contribuintes”, nas palavras do presidente Joe Biden.
Em resposta, Siluanov afirmou que a Rússia também fará uso dos rendimentos obtidos através dos ativos de entidades ocidentais atualmente congelados na Rússia.
“Congelamos dinheiro de empresas e organizações ‘hostis’. Mantemos esse dinheiro em nossas contas da mesma forma e usaremos a renda desses ativos de forma semelhante”, explicou o ministro.
Ele adicionou que as receitas seriam utilizadas para “as necessidades da economia e das entidades constituintes da Federação Russa”.
O Parlamento Europeu, por sua vez, endossou a alocação de um empréstimo de até € 35 bilhões (US$ 38 bilhões) para Kiev, usando os ativos russos imobilizados como garantia para os reembolsos. Até meados de julho, esses fundos congelados haviam gerado € 3,4 bilhões (US$ 3,6 bilhões) em juros, segundo a Euroclear.
A Rússia tem alertado repetidamente que a apreensão de seus ativos seria considerada um “roubo” e uma violação do direito internacional, com potenciais danos às moedas de reserva, ao sistema financeiro global e à economia mundial.
O Fundo Monetário Internacional também expressou preocupações de que tais ações poderiam minar a confiança no sistema financeiro ocidental. Siluanov já havia advertido que a comunidade global está observando de perto a situação dos ativos russos e tirando suas próprias conclusões sobre a estabilidade do sistema financeiro.
Com informações do RT
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