Nova política industrial impulsiona crescimento do setor, diz presidente da Abimaq

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O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, afirmou em entrevista ao programa Histórias do Desenvolvimento, da TV 247, que a nova política industrial brasileira já apresenta resultados positivos para o setor.

Segundo Velloso, nos primeiros oito meses de 2024, a indústria registrou um crescimento de 3%, sinalizando uma recuperação que precisa ser sustentada a longo prazo.

Durante a entrevista, Velloso destacou o programa Brasil Mais Produtivo como um vetor importante para a modernização da produção e gestão industrial.

O programa proporciona diagnósticos gratuitos, projetos de inovação, qualificação da mão de obra e financiamentos para aquisição de máquinas e equipamentos.

“A política industrial já está fazendo efeito. Empresas que desejam inovar têm acesso a esses programas, o que é um grande passo para o fortalecimento da nossa indústria”, comentou.

O presidente da Abimaq também mencionou a importância da indústria como pilar do desenvolvimento econômico, citando exemplos de países como Coreia do Sul e China, que usaram o setor industrial como motor de crescimento econômico.

Velloso criticou o processo de desindustrialização precoce que o Brasil enfrenta há décadas, com a redução da participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) sem um correspondente aumento da renda per capita.

Um ponto crítico abordado por Velloso foi a dificuldade de acesso a crédito com taxas favoráveis ao crescimento sustentável. Ele salientou a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principalmente por meio do BNDES Finame, que facilita a produção e compra de bens de alta tecnologia através de instituições financeiras credenciadas.

Em março, o BNDES lançou a linha BNDES Máquinas e Serviços, que financia diretamente máquinas, equipamentos e serviços de alto valor agregado.

Velloso destacou também as iniciativas do BNDES para reduzir o custo do crédito, como a criação de uma linha atrelada à Taxa Referencial (TR), mais competitiva, com juros de cerca de 8% ao ano. Ele mencionou que essa linha teve grande aceitação, atingindo rapidamente os R$ 9 bilhões disponibilizados, e já se encontra com limitações devido à alta demanda.

Além disso, o presidente da Abimaq apontou para o papel da associação na promoção de tecnologias de geração de energia renovável, como eólica e bioenergia, e criticou os incentivos excessivos à importação de equipamentos solares da China, que prejudicam a indústria nacional.

“O Brasil precisa equilibrar os benefícios para diferentes fontes de energia para que a indústria local também tenha oportunidades de crescimento”, defendeu.

Velloso concluiu reforçando a necessidade de continuidade das políticas industriais para consolidar os avanços e permitir que o Brasil retome seu protagonismo no cenário industrial global.

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