Edinho Silva, prefeito de Araraquara e ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo Dilma Rousseff, é apontado como potencial presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) para o próximo mandato.
Em recente entrevista ao Globo, com a jornalista Malu Gaspar, Silva analisou os desafios enfrentados pelo partido nas eleições municipais de 2024, ressaltando o fortalecimento do antipetismo.
O prefeito discutiu a necessidade de o PT reformular suas estratégias para atrair o eleitorado das grandes cidades, especialmente a classe média, que demonstrou significativa insatisfação com o partido nas últimas eleições.
Segundo ele, houve uma mudança notável na percepção dessa demografia, que, embora tenha apoiado o PT em 2022, se afastou em 2024 devido à influência das redes sociais e à eficiente mobilização dos partidos de direita.
Silva observou que a classe média urbana está desiludida com a capacidade do Estado de promover mudanças sociais efetivas.
“Perdemos as eleições onde a classe média é extensa, nas periferias. A juventude da periferia também foi cooptada pelo antissistema”, declarou.
Para enfrentar essa situação, ele sugeriu que o partido deve intensificar o diálogo com outras forças democráticas para formar uma frente ampla em 2026, com o objetivo de reformar e fortalecer a relação entre o Estado e a sociedade civil.
A respeito das dificuldades enfrentadas por figuras progressistas como Guilherme Boulos, Silva admitiu que as propostas do PT muitas vezes não conseguem superar a rejeição ao partido, que permanece em várias cidades.
Ele defendeu a necessidade de uma reforma política para mitigar o impacto da onda antissistema, incluindo a adoção de um voto em lista que valorize mais os projetos partidários do que as personalidades individuais.
Além dos desafios políticos, Silva comentou a importância de uma comunicação governamental coesa e o papel de figuras históricas do PT, como José Dirceu e João Vaccari Neto, que continuam a apoiar o governo e a legenda.
Ele enfatizou a necessidade de o partido manter uma escuta atenta às demandas da sociedade e buscar alternativas que respondam tanto às necessidades da classe média quanto às das periferias, sempre guiadas pelos princípios democráticos.