O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, confirmou na última segunda-feira que tropas norte-coreanas estão presentes na Rússia, especificamente mobilizadas na região de Kursk.
Durante uma coletiva de imprensa, após receber informações de uma delegação sul-coreana, Rutte descreveu a crescente cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte como uma ameaça significativa à segurança nas regiões do Indo-Pacífico e do Euro-Atlântico.
“A presença de tropas norte-coreanas em solo russo é um claro sinal de desespero por parte do presidente russo, Vladimir Putin”, disse Rutte, destacando as baixas significativas sofridas pelas forças russas na Ucrânia. Segundo ele, mais de 600.000 soldados russos foram mortos ou feridos naquilo que chamou de “guerra de Putin”, tornando crucial o apoio estrangeiro para a sustentação do conflito.
Enquanto o Kremlin negou as alegações sobre o envio de tropas norte-coreanas, classificando-as como “notícias falsas”, o próprio Putin, em uma declaração na quinta-feira, não refutou a presença desses soldados na Rússia. Putin sublinhou que a forma como Moscou implementa seu tratado de parceria com Pyongyang é uma questão interna.
Por outro lado, um representante norte-coreano nas Nações Unidas em Nova York desmentiu os relatos, chamando-os de “rumores infundados”. Essa resposta veio em meio a relatos de que as forças ucranianas realizaram uma grande incursão em Kursk em agosto e ainda mantêm presença na região.
Rutte classificou o envolvimento de tropas norte-coreanas como “uma escalada significativa” no apoio de Pyongyang à “guerra ilegal da Rússia” na Ucrânia, considerando-o uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e uma “expansão perigosa” do conflito.
Em resposta a esta situação, Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, expressou na plataforma X que sanções internacionais não seriam suficientes para conter a situação.
Yermak apelou por mais suprimentos de armas ocidentais para Kiev e um plano claro para impedir uma maior implicação norte-coreana no conflito europeu.
Este desenvolvimento adiciona uma nova dimensão à já complexa guerra na Ucrânia, potencializando ainda mais as tensões internacionais e desafiando as normas e resoluções internacionais vigentes.
Com informações da Reuters