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Milei demite chanceler por apoiar Cuba e desafiar os EUA

Crise na diplomacia argentina: Milei demite ministra após voto pró-Cuba na ONU e gera polêmica internacional sobre alinhamento aos EUA O presidente argentino Javier Milei, conhecido por seu posicionamento ultraliberal, provocou uma polêmica internacional ao demitir sua ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino. A decisão ocorreu logo após a Argentina votar a favor de uma […]

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Milei se apressa em alinhar sua diplomacia à política externa dos EUA / Reprodução

Crise na diplomacia argentina: Milei demite ministra após voto pró-Cuba na ONU e gera polêmica internacional sobre alinhamento aos EUA


O presidente argentino Javier Milei, conhecido por seu posicionamento ultraliberal, provocou uma polêmica internacional ao demitir sua ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino. A decisão ocorreu logo após a Argentina votar a favor de uma resolução não vinculativa da ONU que defende o fim do embargo econômico imposto pelos EUA a Cuba.

A resolução recebeu apoio de 187 países, enquanto apenas os EUA e Israel votaram contra.

Essa votação marca a primeira vez desde que Milei assumiu o poder que a Argentina se afastou da linha dos governos americano e israelense. Contudo, a resposta de Milei foi rápida e severa, substituindo Mondino pelo embaixador em Washington, Gerardo Werthein, e declarando que a Argentina é “categoricamente oposta à ditadura cubana”.

Em meio à repercussão, críticos argumentam que Milei se apressa em alinhar sua diplomacia à política externa dos EUA, sacrificando a autonomia e a consistência histórica da Argentina nas Nações Unidas.

Diana Mondino teve que se despedir do Ministério das Relações Exteriores / Reuters

Sob a administração peronista anterior, a Argentina manteve uma postura contrária ao embargo, destacando a necessidade de diálogo com Cuba.

Esse alinhamento também reforçava o apoio cubano à reivindicação argentina sobre as Ilhas Falkland (Malvinas), um ponto sensível para o país. Em 1982, Argentina e Grã-Bretanha travaram uma guerra pelo controle do território, e Cuba, desde então, tem apoiado a causa argentina.

O gabinete de Milei emitiu uma declaração justificando a nova linha diplomática: “O país atravessa um período de profundas mudanças e esta nova etapa exige que o nosso corpo diplomático reflita em cada decisão os valores de liberdade, soberania e direitos individuais que caracterizam as democracias ocidentais”.

E acrescentou: “Nosso país se opõe categoricamente à ditadura cubana e permanecerá firme na promoção de uma política externa que condene todos os regimes que perpetram violações de direitos humanos”.

Analistas apontam que a demissão de Mondino expõe tensões internas, com o presidente buscando evitar qualquer desvio de sua política externa inflexível, embora a ministra fosse vista como uma figura moderada, frequentemente atuando para suavizar a imagem de Milei no exterior.

Sua saída representa, portanto, uma ruptura que pode comprometer a imagem da Argentina, revelando o isolamento crescente do governo.

O embargo dos EUA a Cuba, iniciado em 1962 após a ascensão de Fidel Castro, tinha o objetivo de pressionar a ilha a abandonar o socialismo e adotar o modelo capitalista e democrático.

Entretanto, décadas depois, esse bloqueio continua sendo uma pedra no sapato de Washington, sem resultados práticos e alienando aliados regionais.

Com informações da BBC*

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