Rejeição a Boulos não fez sua candidatura emplacar de uma eleição para outra

REPRODUÇÃO

Guilherme Boulos, candidato pelo PSOL, registrou uma rejeição significativa na eleição de 2024, com uma performance eleitoral próxima à de 2020, quando também concorreu.

Apesar de uma campanha robusta, dotada de R$ 80 milhões e o apoio unificado dos principais partidos de esquerda, Boulos conquistou apenas 40,65% dos votos válidos, sendo derrotado por Ricardo Nunes (MDB), que obteve 59,35%.

Em comparação com a disputa anterior, a rejeição de Boulos permaneceu elevada, atingindo 52%, de acordo com pesquisas do Datafolha.

A imagem negativa, muitas vezes associada a estigmas de “invasor” e “extremista”, persistiu como um entrave para o candidato, que não conseguiu ampliar sua aceitação mesmo com a vantagem de um maior tempo de exposição na televisão e um considerável aumento no financiamento da campanha.

Paula Coradi, presidente do PSOL, destacou a consistência da base de Boulos, que ainda assim alcançou mais de 2,3 milhões de votos no segundo turno.

Ela salientou as adversidades enfrentadas pela campanha, incluindo a competição contra “máquinas governamentais e partidárias poderosas” e uma série de ataques digitais.

Sérgio Praça, professor da Fundação Getúlio Vargas, aponta que a estratégia digital da campanha pode ter sido contraproducente, “infantilizando” a comunicação com os eleitores e desgastando ainda mais a imagem do candidato.

Ele também mencionou a surpresa da candidatura de Pablo Marçal pelo PRTB, que conseguiu 28,14% dos votos no primeiro turno, como um dos novos elementos que influenciaram o pleito.

A análise interna do PSOL também ressaltou o aumento da votação para vereadores no primeiro turno, considerando isso um indicativo de que a campanha enfrentou “uma grande batalha contra o abuso do poder político e o uso da máquina pública”. A direção do partido concluiu que “o futuro está ao nosso lado”, indicando um otimismo cauteloso para futuras eleições.

Boulos, por sua vez, expressou em suas redes sociais uma resistência à ideia de recuar nas visões políticas da esquerda, comparando sua situação com a ascensão do bolsonarismo e enfatizando a necessidade de manter uma postura firme.

Com informações da Folha

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