A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta terça-feira que a confiança da indústria brasileira caiu pelo segundo mês consecutivo em outubro, marcando a terceira redução do índice no ano. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou um decréscimo de 0,6 ponto em relação ao mês anterior, fixando-se em 99,9 pontos.
De acordo com Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE, o recuo do índice reflete uma deterioração nas expectativas para o futuro próximo, apesar de uma percepção atual ainda positiva por parte dos empresários. “O setor mostra sinais de aumento dos estoques, o que pode ser um alerta para o fim do ano”, comentou Pacini.
O Índice de Expectativas (IE), que avalia as projeções para os próximos meses, foi o principal responsável pela queda do ICI, diminuindo 1,3 ponto e alcançando 96,8 pontos, o menor nível desde março deste ano. Destacou-se o indicador de produção prevista, que recuou 4,4 pontos, chegando a 93,1 pontos, representando o pior resultado desde novembro de 2023.
O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre as condições atuais, registrou uma leve queda de 0,1 ponto, situando-se em 102,9 pontos. Este índice foi particularmente impactado pelo componente que avalia o nível de estoques, que teve uma redução de 3,4 pontos, indo para 100,5 pontos.
Em relação aos segmentos industriais, a confiança diminuiu em 7 dos 19 setores pesquisados pela FGV. Pacini adicionou que, no cenário macroeconômico, as altas taxas de juros visam conter pressões de custos, enquanto os indicadores de emprego e renda permanecem favoráveis.
Em uma ação recente que influencia o setor industrial, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 25 pontos-base, chegando a 10,75% ao ano. Esta decisão reflete a preocupação com o superaquecimento da economia e os riscos de elevação da inflação. Operadores do mercado já consideram uma probabilidade de 75% para um novo aumento de 25 pontos na próxima reunião do Copom em novembro.
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