‘Torpedo the Deal’: a reportagem exclusiva do Canal 12 de notícias de Israel apresenta novos documentos e conversas inéditas mostrando os esforços de Netanyahu para sabotar qualquer acordo de reféns
Na quarta-feira à noite, Yaron Avraham, do Channel 12 News, apresentou um relatório detalhado sobre todos os acordos de negociação de reféns propostos desde novembro, quando ocorreu a única troca bem-sucedida. Apresentada como uma linha do tempo dos últimos 11 meses, a investigação traz documentos inéditos e conversas que destacam as tentativas contínuas de Netanyahu para “torpedear o acordo”, como o segmento foi intitulado.
O relatório começou com imagens dos 81 israelenses e 24 estrangeiros que foram libertados durante um acordo de seis dias iniciado em 25 de novembro de 2023.
As cenas das vans da Cruz Vermelha, de reuniões familiares nos hospitais e de momentos como o de Ohad Munder, de nove anos, brincando com seu cubo mágico, e de Avigail Idan, de quatro anos, saboreando um picolé, transportam o espectador de volta àquela semana de esperança, quando os israelenses assistiam à televisão todas as noites.
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O relatório abordou como o Hamas rompeu o acordo, oferecendo os corpos de sete reféns mortos em vez de devolver o próximo grupo de reféns combinado, além de dois homens e uma mulher vivos.
Segundo uma fonte envolvida nas negociações, o Hamas afirmou que as mulheres que deveriam ser libertadas haviam morrido. “Mas sabíamos com absoluta certeza que elas estavam vivas”, disse a fonte. “O Hamas estava nos testando, e sabíamos que, se jogássemos o jogo deles, matariam as reféns.”
O Hamas também informou a Israel que três reféns civis – Mia Schem, Romi Leshem Gonen e Carmel Gat – estavam sendo identificados como soldados, o que os tornaria inelegíveis para retorno.
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Nesse período, os ministros Itamar Ben-Gvir e Betzalel Smotrich começaram a se manifestar publicamente contra um novo acordo de cessar-fogo.
Nos meses seguintes, conforme relatado por Avraham, a equipe de negociação israelense foi enviada repetidamente para missões que acabaram sendo inúteis, em busca de um acordo que trouxesse mais reféns para casa.
A investigação mostra como Netanyahu impediu o sucesso dessas missões, limitando os poderes de negociação ou proibindo viagens para as negociações de cessar-fogo.
Netanyahu voltou atrás em promessas, incluindo um acordo para encerrar a guerra, e introduziu novas exigências que nunca haviam sido mencionadas antes.
Ele mudou de posição, negou compromissos e transferiu a culpa para outras pessoas. Enquanto isso, ministros como Smotrich e Ben-Gvir ameaçavam deixar o governo caso um acordo fosse concretizado.
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Em 1º de setembro, Israel foi abalado pela notícia de que seis reféns foram executados pelo Hamas, com seus corpos resgatados por soldados da IDF. Três desses reféns estavam prestes a ser libertados no último acordo planejado.
A investigação do Canal 12 concluiu com imagens da lista de reféns que seriam devolvidos se outro acordo fosse estabelecido, incluindo Kfir e Ariel Bibas, crianças cujo paradeiro ainda é desconhecido, as cinco observadoras femininas vistas em um vídeo do sequestro, e os nomes de dezenas de outros reféns cujas famílias esperam que Netanyahu e sua coalizão deixem de lado agendas políticas para libertar seus entes queridos.
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