Em uma entrevista para o programa da CGTN, o economista Jeffrey Sachs discutiu as implicações da expansão do BRICS e seu papel crescente na governança global. Com a adição de novos membros (Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã e Etiópia), o bloco passa a representar uma grande parcela da população e do PIB mundial, fortalecendo-se como uma plataforma essencial para os países em desenvolvimento. Sachs destacou que essa expansão do BRICS é uma resposta à ordem global dominada pelo Ocidente e suas sanções unilaterais, defendendo uma abordagem multilateral, onde a cooperação econômica e sustentável esteja no centro.
Sachs explicou que o BRICS atua como uma força alternativa que busca promover a paz e o desenvolvimento, sem coerção ou sanções econômicas. Com isso, a expansão do BRICS representa não apenas uma forma de resistência à pressão econômica, mas também uma oportunidade para fomentar a prosperidade e a sustentabilidade. Ele ressaltou que a diversidade cultural e econômica entre os membros é um ponto forte do bloco, pois reflete as realidades globais e amplia as possibilidades de cooperação.
Além disso, Sachs abordou a importância da Iniciativa do Cinturão e Rota, liderada pela China, como um modelo de cooperação que permite o desenvolvimento rápido em países com infraestrutura e educação modernizadas. Citando a Etiópia como exemplo, ele explicou como a parceria com a China em infraestrutura transformou a vida de agricultores, permitindo uma conexão mais eficiente com o mercado.
A mudança climática também foi tema da entrevista. Sachs afirmou que os países do BRICS enfrentam desafios ecológicos significativos e que a cooperação tecnológica e financeira entre os membros é essencial para enfrentar a crise climática. A China, que lidera em tecnologias verdes, tem um papel crucial em fornecer apoio técnico e soluções sustentáveis para o bloco. Essa aliança, segundo ele, pode ajudar a acelerar as transformações ecológicas e digitais em várias economias emergentes.
Sachs concluiu que o BRICS pode representar um modelo de governança global mais equilibrado, promovendo uma ordem multipolar que respeite a diversidade e a soberania das nações, em vez de dividir o mundo em blocos rivais.
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