O Brasil assumirá a presidência do Brics a partir de 2025, com o objetivo de promover a cooperação internacional e uma governança global mais inclusiva. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores, que também detalhou as prioridades da presidência brasileira no bloco econômico.
O Brics, composto atualmente por dez países, incluindo Brasil, Rússia, China, África do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, realiza esta semana sua primeira reunião ampliada na cidade de Kazan, na Rússia, onde temas estratégicos para o futuro do grupo estão sendo discutidos.
A presidência do Brasil no Brics terá como lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”. As principais áreas de atuação deverão incluir o desenvolvimento sustentável, o fortalecimento do multilateralismo e o combate à desigualdade global. Essas informações foram publicadas pelo portal G1.
Reunião do Brics na Rússia
O encontro em Kazan, que marca a primeira reunião com a participação dos novos membros do bloco, terá como foco a ampliação do Brics e a criação da categoria de “países parceiros”. Os chefes de Estado presentes discutirão, entre outros temas, a entrada de novos países, a situação no Oriente Médio e a cooperação política e financeira entre as nações integrantes.
Conforme informações do Itamaraty, o Brasil assumiria originalmente a presidência do Brics em 2024. Contudo, a liderança do bloco foi adiada para 2025 devido ao fato de o país também estar à frente do G20 no mesmo ano. A Rússia assumiu a presidência do Brics em 2024, permitindo que o Brasil conduza o grupo no ano seguinte.
O secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo Paes Saboia, informou que o governo brasileiro planeja concentrar suas atividades no Brics durante o primeiro semestre de 2025.
“No segundo semestre, o Brasil sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, Pará, o que também será uma prioridade para o governo”, afirmou Saboia, destacando a relevância desses eventos para a agenda internacional do país.
Criação da Categoria de “Países Parceiros”
Um dos principais pontos da cúpula deste ano é a proposta de criação da categoria de “países parceiros” no Brics. Essa iniciativa visa expandir a cooperação entre o bloco e outras nações interessadas em se aproximar do grupo, sem a necessidade de se tornarem membros plenos.
Atualmente, cerca de 30 países manifestaram interesse em ingressar nessa nova categoria, entre eles Cuba, Venezuela, Nicarágua, Argélia, Nigéria e Turquia.
Segundo o Itamaraty, a adesão de países à nova categoria ocorrerá em duas fases. Inicialmente, os membros do Brics definirão os critérios para que um país possa ser considerado “parceiro”. Em seguida, será avaliado quais países atendem a esses requisitos para que possam ser incluídos no grupo.
A criação dessa nova categoria segue o exemplo de outros blocos internacionais, como o Mercosul, que também conta com diferentes tipos de membros, incluindo países associados.
Com isso, o Brics busca tornar-se mais flexível e ampliar sua capacidade de cooperação em áreas estratégicas com outras nações que compartilham interesses comuns, sem necessariamente integrá-las como membros plenos.
Reforma das Instituições de Governança Global
Outro ponto importante para a presidência brasileira no Brics será a defesa de reformas nas instituições de governança global, como o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Brasil pretende utilizar sua posição no bloco para promover uma governança mais equitativa e inclusiva, reforçando a importância de mecanismos multilaterais de decisão que reflitam melhor a atual configuração global.
O país tem defendido a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU para torná-lo mais representativo, refletindo a realidade geopolítica contemporânea, com a inclusão de novas potências regionais.
Da mesma forma, o Brasil também busca por reformas no FMI, visando aumentar a voz e a participação de economias emergentes na tomada de decisões do fundo.
Expectativas para o Papel do Brasil no Brics
A expectativa é que a presidência brasileira no Brics em 2025 consolide o papel do bloco como um ator relevante na política internacional.
O Brasil deverá impulsionar iniciativas voltadas para o desenvolvimento sustentável, o combate à fome e à pobreza, além de promover a inclusão de países em desenvolvimento nas discussões globais sobre governança.
A presidência no Brics, aliada à realização da COP30 no mesmo ano, coloca o Brasil em uma posição central nas discussões sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.
A COP30 será um evento de grande relevância para o cenário global, e o governo brasileiro já sinalizou que sua realização será uma prioridade para o país.
Além disso, o Brasil buscará aproveitar sua liderança no Brics para reforçar a cooperação entre as nações do Sul Global, ampliando o diálogo entre países em desenvolvimento e promovendo uma maior representatividade nas instituições multilaterais. O Brics tem o potencial de atuar como uma plataforma para fortalecer essas conexões, e a presidência brasileira poderá contribuir para essa agenda.
Com esses desafios e oportunidades pela frente, o Brasil se prepara para um papel de destaque no cenário internacional em 2025, tanto no Brics quanto nas discussões globais sobre mudanças climáticas.
bandoleiro
25/10/2024 - 09h26
BRICS = montanha de lixo.
Helio Hanel
25/10/2024 - 09h02
Gosto muito do Lula, todavia, não gostaria de estar em sua pele tendo o império americano a interferir nas suas decisões.
Para mim, Lua faz este jogo duplo, nojento, em função disso.
As posições do Brasil mais atrapalham do que ajudam os BRICS e o Sul Global. Entendo, que neste momento, a Venezuela seria fundamental para os BRICS talvez, mais importante que o Brasil porque está livre das amarras do império e suas posições são mais verdadeiras.
Infelizmente o Brasil não inspira a confiança tão necessária ao bloco…