O preço do ouro alcançou uma marca histórica nesta segunda-feira, 21, registrando alta de 0,4% e atingindo US$ 2.732,45 (R$ 15.611,85) por onça troy (cerca de 31,1 gramas) no início das negociações em Londres. Esse valor representa um aumento de 40% em comparação com o mesmo período do ano passado.
A informação foi divulgada pelo Financial Times (FT), que atribuiu esse crescimento à combinação de tensões geopolíticas e expectativas sobre as políticas monetárias de importantes bancos centrais.
A crescente instabilidade provocada pela guerra no Oriente Médio, somada à incerteza em torno das eleições presidenciais dos Estados Unidos, que ocorrerão no próximo mês, tem elevado a demanda por ouro, considerado um ativo seguro em tempos de crise.
Com o cenário de incerteza global, investidores buscam o metal precioso como forma de proteger seus recursos contra flutuações e riscos associados a conflitos e incertezas políticas.
Outro fator que tem influenciado diretamente o preço do ouro é a expectativa de novos cortes nas taxas de juros norte-americanas, com foco na próxima reunião da Reserva Federal dos EUA (Fed), programada para os dias 6 e 7 de novembro.
A redução nas taxas de juros costuma favorecer o ouro, já que o metal não gera rendimentos por si só, tornando-se mais atraente em um ambiente de juros baixos. A possível flexibilização da política monetária nos EUA tem levado muitos investidores a redirecionar seus ativos para o ouro como uma alternativa de proteção.
Embora o aumento no preço do ouro tenha impactado negativamente a demanda física, especialmente no mercado chinês, as compras por parte dos bancos centrais têm crescido. O movimento de diversificação de reservas e a tentativa de reduzir a dependência do dólar americano têm sido fatores importantes para esse aumento.
Desde o verão no Hemisfério Norte, houve um aumento expressivo no interesse pelo ouro por parte de investidores ocidentais, refletido em cinco meses consecutivos de entradas significativas em fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados no metal, entre maio e setembro.
Além das questões econômicas e geopolíticas, o clima de incerteza política gerado pelas eleições presidenciais nos Estados Unidos também impactou diretamente o mercado de outros metais, como a prata, que atingiu seu valor mais alto em quase 12 anos.
A prata, amplamente utilizada na produção de eletrônicos e células fotovoltaicas, tem sido impulsionada pela busca de segurança dos investidores em meio às oscilações nos mercados globais.
A alta nos preços dos metais preciosos reflete uma tendência maior de aversão ao risco por parte dos investidores em tempos de incerteza econômica e política. No caso do ouro, a combinação de tensões geopolíticas, como a guerra no Oriente Médio, e a expectativa de mudanças nas políticas monetárias norte-americanas, criaram um cenário favorável para o aumento dos preços.
Ao mesmo tempo, o aumento das reservas de ouro por bancos centrais reflete uma busca global por alternativas ao dólar, em um contexto de tensões comerciais e financeiras que moldam o cenário econômico global.
A expectativa agora gira em torno das decisões da Reserva Federal e dos desdobramentos das tensões geopolíticas, que continuarão a influenciar o preço do ouro e outros ativos considerados de refúgio seguro pelos investidores.