O presidente da Argentina, Javier Milei, causou controvérsia ao declarar que “adoraria colocar o último prego no caixão do kirchnerismo com Cristina [Kirchner] dentro”.
A frase foi dita durante uma entrevista a um canal de televisão, divulgada no domingo à noite, enquanto discutia as eleições internas do Partido Justicialista, no qual a ex-presidente Cristina Kirchner e o governador da província de La Rioja, Ricardo Quintela, são os principais protagonistas.
Apesar do comentário, Milei minimizou a importância do processo eleitoral interno peronista, afirmando: “Não é um problema para mim, é um problema para a oposição”.
Reação de Cristina Kirchner
Nas redes sociais, Cristina Kirchner respondeu de forma contundente à declaração do presidente. “Então, agora você também quer me matar?”, escreveu a ex-presidente, que governou a Argentina por dois mandatos consecutivos, em sua conta na plataforma X (antigo Twitter).
Ela ainda acrescentou: “Você está nervoso e agressivo porque todas as idiotices que, por anos, você disse na TV e ainda continua repetindo são apenas isso: idiotices”.
Cristina também fez referência ao atentado que sofreu em 2022, quando um homem tentou atirar contra ela a curta distância, mas a arma falhou. “Mesmo que me matem, seu governo é um fracasso e você, como presidente, é embaraçoso para os outros”, afirmou a líder da oposição, intensificando o clima de tensão política no país.
Críticas e defesa de Milei
Respondendo às críticas da oposição, Milei adotou um tom irônico. “Aqueles que, por exemplo, estavam comendo pipoca esperando que caíssemos em abril devem estar gordos, acima do peso. Espero que tenham reservas para continuar comendo pipoca”, disse o presidente, em referência às expectativas de fracasso de seu governo manifestadas por seus opositores no início de sua gestão.
Além de ironizar os críticos, Milei defendeu suas políticas econômicas, afirmando que seu governo tem realizado o melhor trabalho da história do país. “Estamos convencidos de que estamos fazendo o melhor governo da história”, declarou o presidente, antes de apresentar uma série de indicadores econômicos como justificativa para sua avaliação.
Situação econômica e medidas do governo
Milei descreveu a situação econômica que encontrou ao assumir o governo como “extremamente complexa”, afirmando que a Argentina vivia um momento crítico, com desequilíbrios acumulados de grandes crises anteriores. Ele destacou que, sob sua administração, a inflação foi reduzida para 28%, com a expectativa de uma queda contínua. “Tivemos o processo de desinflação nunca antes visto na história argentina”, afirmou.
O presidente também mencionou a redução da pobreza, alegando que seu governo conseguiu diminuir o índice em oito pontos percentuais. Em tom enfático, ele reiterou seu compromisso com as reformas econômicas, utilizando sua metáfora usual: “A motosserra nunca para. Em nosso governo, a motosserra nunca vai parar”.
Perspectivas futuras
Ao encerrar sua fala, Milei demonstrou otimismo em relação ao futuro do país sob sua liderança. “Daqui em diante, apenas boas notícias”, previu, destacando as medidas de seu governo para controlar a inflação e melhorar a economia.
O embate entre Milei e Cristina Kirchner reflete o clima polarizado da política argentina, que continua a gerar debates intensos sobre o futuro do país. Enquanto o presidente defende os resultados de sua gestão, a oposição, liderada por Kirchner, mantém um discurso crítico, destacando o que considera falhas e retrocessos.
Com informações da Infomoney