Após o encerramento do segundo turno das eleições, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem como próximo objetivo mediar a relação tensa entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Gilberto Kassab, secretário de governo de sua administração e presidente do PSD.
A informação foi divulgada pela jornalista Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo. A relação entre Bolsonaro e Kassab tem se deteriorado, em parte devido às recentes críticas de Bolsonaro, que acusou o PSD de ser um “partido de negócios”.
Bolsonaro tem manifestado insatisfação com a presença de membros do PSD em posições de destaque, tanto no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto na administração de São Paulo. Em entrevistas, o ex-presidente questionou o espaço ocupado por Kassab e seus aliados, especialmente em ministérios do governo federal e na secretaria estadual paulista.
Em resposta, Kassab defendeu que “diálogo não é fisiologismo”, ressaltando a importância de manter a comunicação entre diferentes forças políticas, mesmo com divergências. Essa defesa do diálogo, no entanto, não foi suficiente para dissipar as tensões, que têm crescido nos últimos meses.
Segundo fontes próximas a Bolsonaro, o ex-presidente estaria demonstrando “ciúme” do espaço político ocupado por Kassab na gestão de Tarcísio. Aliados de Bolsonaro sugerem que o governador de São Paulo poderia oferecer secretarias estratégicas, como as de Educação e Justiça, a figuras indicadas por Bolsonaro como uma forma de diminuir o atrito entre os dois líderes.
Tarcísio, por sua vez, também expressou frustração com a postura de Kassab, em particular com o esforço do presidente do PSD para atrair prefeitos de outros partidos para sua legenda.
O governador avaliou que essa movimentação poderia prejudicar a construção de alianças importantes para as próximas eleições, especialmente em 2026. A possível candidatura de Tarcísio à Presidência dependeria de uma base política sólida, que, idealmente, incluiria tanto Bolsonaro quanto Kassab.
O desafio de Tarcísio agora será encontrar uma forma de equilibrar os interesses de Bolsonaro e Kassab, dois importantes aliados, mas que se tornaram desafetos políticos.
A reconciliação entre ambos é vista como fundamental para a viabilização de uma eventual candidatura presidencial de Tarcísio, que precisaria unir diferentes correntes políticas em torno de seu nome para garantir competitividade nas eleições de 2026.
O cenário político atual mostra que a habilidade de Tarcísio em mediar esse conflito interno pode ser decisiva não apenas para sua gestão em São Paulo, mas também para suas ambições políticas em nível nacional. Conquistar o apoio de Bolsonaro, sem perder a aliança estratégica com Kassab, será crucial para seu futuro político.
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