Jordana Cutler, chefe de política da Meta para Israel e a diáspora judaica, e ex-funcionária do governo israelense, está envolvida em uma controvérsia após uma reportagem do The Intercept indicar que ela pressionou pela censura de conteúdos pró-palestinos nas plataformas de mídia social da empresa, incluindo Instagram e Facebook.
Cutler, que já ocupou cargos na embaixada israelense em Washington DC e como conselheiro do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, teria tentado remover postagens do grupo Estudantes pela Justiça na Palestina (SJP) e da organização Jewish Voice for Peace (JVP).
Segundo documentos internos revisados pelo Intercept, Cutler marcou várias publicações desses grupos nos canais de escalada de conteúdo da Meta.
Estas incluíam postagens que opunham às políticas externas de Israel e outras que promoviam literatura associada a organizações como a Frente Popular para a Libertação da Palestina (PFLP) e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (DFLP), sendo a primeira ainda listada como grupo terrorista pelos EUA.
O relatório destaca também que Cutler sinalizou uma publicação do SJP que destacava Leila Khaled, membro da PFLP conhecida por seu ativismo e por sequestrar um avião em 1969.
Além disso, ela teria pressionado para a remoção de conteúdos do capítulo da SJP da Universidade da Califórnia-Los Angeles, alegando ligações com protestos violentos, apesar de relatos de que as manifestações eram pacíficas até serem interrompidas por uma multidão pró-Israel.
O Middle East Eye tentou obter um posicionamento da Meta sobre essas alegações, mas não recebeu uma resposta até a publicação desta matéria. Não foi confirmado pelo Intercept se as ações de Cutler resultaram em censura efetiva desses conteúdos nas plataformas da Meta.
Jordana Cutler entrou para a Meta em 2016, e em uma entrevista ao Jerusalem Post em 2020, ela afirmou que seu papel era “representar o Facebook para Israel e representar Israel para o Facebook”, uma declaração que ressoa com a descrição do Post sobre ela como “Nossa mulher no Facebook”.
Com informações do Middle East Eye