Quaest: Vantagem de Nunes sobre Boulos diminui na reta final

Alguns membros da equipe de Nunes acreditam que Boulos pode até encerrar o primeiro turno na liderança / Reprodução

Pesquisa Quaest mostra queda na diferença entre Nunes e Boulos, com 27% de eleitores ainda indecisos a poucos dias do segundo turno.


A pesquisa mais recente da Quaest, realizada entre 20 e 22 de outubro com 1.200 eleitores em São Paulo, indica que Ricardo Nunes está na liderança com 44% das intenções de voto. Guilherme Boulos aparece com 35%. O levantamento, registrado na Justiça Eleitoral, destaca uma diferença de 9 pontos entre os candidatos e mostra que 27% dos eleitores ainda estão indecisos. Com isso, o cenário eleitoral permanece indefinido na reta final.

A menos de uma semana do segundo turno, o debate na TV Globo, marcado para sexta-feira, pode ser determinante. Ele representa uma última oportunidade para os candidatos convencerem os eleitores que ainda não decidiram em quem votar.

Avanços de Boulos por segmento social

  1. Mulheres:
    • A diferença entre Nunes e Boulos caiu de 12 para 5 pontos entre as mulheres. Esse avanço está ligado às propostas de Boulos para mulheres empreendedoras, como linhas de crédito de até R$ 30 mil.
  2. Jovens:
    • No segmento jovem, Boulos conseguiu passar à frente de Nunes. Ele reverteu uma desvantagem de 4 pontos para uma vantagem de 2 pontos. Suas propostas para trabalhadores precarizados, como entregadores e motoristas de aplicativos, parecem ter atraído esse público.
  3. Alta renda:
    • Entre os eleitores de maior renda, a diferença entre os candidatos diminuiu de 20 para 7 pontos. Isso mostra um avanço de Boulos também nesse segmento.
  4. Transferência de votos:
    • Nunes recebeu o apoio de 79% dos eleitores de Pablo Marçal, enquanto Boulos conseguiu 62% dos votos de Tabata Amaral. No entanto, Boulos também ganhou tração entre mulheres e jovens, segmentos que não eram de Marçal.

Impacto do apagão

A crise do apagão recente em São Paulo afetou 30% dos eleitores. Entre eles, a diferença entre Nunes e Boulos é mínima: 40% a 39%. Já entre os eleitores não impactados pelo apagão, Nunes mantém uma vantagem maior, de 45% a 33%. A maior parte dos entrevistados (61%) responsabiliza a Enel pela crise, enquanto 10% atribuem culpa ao governo municipal. Isso ajudou Nunes a evitar um desgaste político mais significativo.

Limite do efeito dos padrinhos políticos

A pesquisa mostra que os eleitores estão cientes das alianças políticas: 86% sabem que Lula apoia Boulos, e 74% reconhecem Bolsonaro como aliado de Nunes. A associação de Tarcísio de Freitas com Nunes é menos conhecida (72%), mesmo com sua atuação ativa na campanha. No entanto, a decisão dos eleitores agora parece depender mais das propostas dos candidatos. O debate final será fundamental para persuadir os indecisos.

Veja também: Tracking da campanha de Boulos mostra que disputa pode ser acirrada nas urnas

O que esperar

A pesquisa Quaest reforça a competitividade do segundo turno em São Paulo, com Nunes ainda à frente, mas enfrentando uma redução de vantagem em segmentos estratégicos, como mulheres, jovens e eleitores de alta renda. Com 27% dos eleitores ainda indecisos e um debate final pela frente, qualquer decisão errada pode resultar em surpresas na hora que as urnas forem apuradas.

Cleber Lourenço: Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.