Os 13 novos países que devem se associar ao Brics

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, cumprimentam-se durante a 10ª cúpula do Brics em 27 de julho de 2018 (Gianluigi Guercia / POOL / AFP).

Os países do Brics formalizaram nesta quarta-feira, dia 23, a criação de uma nova categoria de associação ao bloco e definiram a lista com 13 países potenciais: Argélia, Belarus, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

A Declaração de Kazan, documento final da 16ª cúpula anual de líderes do Brics, confirma o estabelecimento da categoria de “Países Parceiros do Brics”. Os líderes celebraram o “considerável interesse dos países do Sul Global”. Em Kazan, os atuais membros do bloco avaliaram manifestações formais de adesão expressadas por 33 países.

Participaram pela primeira vez de uma cúpula do Brics após a expansão de 2023 os dez membros atuais – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã. A presidência rotativa será assumida pelo Brasil em 1º de janeiro de 2025, quando será criada oficialmente a categoria de países “parceiros”.

O chanceler Mauro Vieira destacou que a discussão na cúpula foi centrada nos critérios e princípios que vão orientar a futura ampliação do Brics, sem definir prazos específicos para a inclusão formal dos novos países. Segundo ele, qualquer decisão será tomada em consenso entre os dez membros atuais. Vieira ressaltou que o Brasil não vê o Brics como um bloco hostil ao Ocidente, mas como um espaço de cooperação para o desenvolvimento e fortalecimento do interesse nacional.

O Brasil indicou simpatia por candidaturas de países latino-americanos, como Cuba e Bolívia, e se posicionou contra um aumento desmedido no número de associados. A expansão do bloco tem sido fomentada principalmente por China e Rússia, interessadas em aumentar a influência do Brics no cenário global.

A Venezuela, apesar da presença de Nicolás Maduro na cúpula e do apoio de Rússia e China, ficou de fora da lista de países potenciais. Nos bastidores, diplomatas indicaram que o Brasil se opôs ao ingresso venezuelano devido a questões políticas e recentes provocações de Caracas. O retorno da Venezuela ao processo de adesão dependeria de uma nova rodada de consultas entre os líderes.

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