A chinesa começou a lançar a atualização mais recente do HarmonyOS, que a empresa diz que tem 15 mil aplicativos e serviços nativos
A Huawei Technologies lançou o HarmonyOS 5.0 com o objetivo de expandir a adoção de seu sistema operacional móvel, após um ano de forte crescimento no mercado chinês de smartphones, impulsionado por um processador inovador.
A versão mais recente do HarmonyOS — que foi chamada de HarmonyOS Next durante o período de testes, quando se afastou das raízes do Android — já possui 15.000 aplicativos e serviços nativos, afirmou Richard Yu Chengdong, presidente do grupo de negócios de consumo da Huawei, em um evento na última terça-feira (22).
O número de aplicativos nativos é 10 vezes maior do que em junho, quando a Huawei lançou uma versão beta do HarmonyOS Next, segundo Yu. “Nós conquistamos um novo campo em apenas um ano e alcançamos o que ecossistemas estrangeiros vêm fazendo há mais de uma década”, declarou Yu.
O HarmonyOS Next, que a Huawei apresenta como um desenvolvimento independente, não é mais compatível com aplicativos baseados em Android, sendo apelidado de HarmonyOS ‘sangue puro’ na China.
A empresa anunciou que os testes beta públicos do HarmonyOS 5.0 começaram a ser disponibilizados na terça-feira para os smartphones das séries Pura 70 e Pocket 2, além do tablet MatePad Pro.
O sistema estará disponível em mais dispositivos no próximo ano, incluindo o mais recente smartphone triplo Mate XT e modelos de gama média Nova, conforme a empresa. O HarmonyOS Next já está disponível na série Mate 60, no smartphone dobrável Mate X5 e no tablet MatePad Pro de 13,2 polegadas.
A empresa não mencionou a aguardada série Mate 70, sucessora do Mate 60, que foi lançada no ano passado com um processador totalmente desenvolvido na China. A Huawei havia informado anteriormente que o Mate 70 seria lançado no quarto trimestre, quando o HarmonyOS 5.0 será disponibilizado para “uso comercial”.
A fabricante de telecomunicações, sediada em Shenzhen, tem buscado ampliar a adoção do HarmonyOS, colaborando com grandes empresas de tecnologia chinesas para desenvolver aplicativos nativos para o ecossistema.
Na última terça-feira, a Huawei também anunciou um plano de incentivo para desenvolvedores, oferecendo até 1 milhão de yuans (US$ 140.600) em dinheiro e 5 milhões de yuans em exposição para os que se qualificarem.
A Huawei lançou o HarmonyOS como alternativa ao Android para o mercado chinês em agosto de 2019, poucos meses após Washington incluir a empresa em uma lista negra comercial que impedia a venda de produtos com tecnologia dos EUA sem aprovação explícita.
Inicialmente, semelhanças no kernel — o núcleo do sistema operacional que gerencia a interação entre software e hardware — tornaram o HarmonyOS compatível com aplicativos Android, algo que começou a mudar com o HarmonyOS Next.
A adoção da plataforma móvel cresceu significativamente no ano passado, com a série Mate 60 marcando o retorno da Huawei ao mercado de dispositivos 5G.
As vendas dos principais aparelhos da Huawei cresceram 71% nos três primeiros trimestres deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, afirmou Yu no evento. As vendas da série Pura 70, lançada no final de abril, foram 154% maiores do que a geração anterior nos segundo e terceiro trimestres.
O HarmonyOS foi responsável por 17% do mercado de smartphones da China nos três meses até março, dobrando sua participação em relação ao mesmo período do ano passado e superando o iOS da Apple, tornando-se o segundo maior sistema operacional móvel no país, segundo um relatório da Counterpoint em junho.
Enquanto o Android continuou liderando o mercado móvel chinês, com 68% de participação no mesmo período, o iOS ficou logo atrás, com 16%, conforme informou a empresa de pesquisa.
Com informações do South China Morning Post*