Boulos é o ‘herdeiro de Lula’, diz Marta Suplicy

Marta enfatizou que Boulos tem a capacidade de continuar o projeto político de Lula, destacando a importância da aliança entre Psol e PT / Reprodução

Ex-prefeita e candidata a vice, Marta declara Boulos como ‘herdeiro de Lula’ em evento que fortalece aliança PT e Psol em São Paulo


Em um evento de campanha realizado na terça-feira (22), a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), causou repercussão no cenário político ao declarar que Guilherme Boulos (Psol) é o “herdeiro de Lula”. A afirmação foi feita durante um ato em apoio à candidatura de Boulos à prefeitura paulistana, no Teatro Gazeta, no centro da cidade, que contou com a presença de personalidades públicas, artistas e intelectuais progressistas, conforme relatado pelo Metrópoles.

Marta enfatizou que Boulos tem a capacidade de continuar o projeto político de Lula, destacando a importância da aliança entre Psol e PT. “Outro dia eu liguei para o Lula e disse: ‘pode ficar tranquilo. Você já tem herdeiro’. E ele deu uma risada gostosa”, contou a ex-prefeita, recebendo aplausos calorosos do público presente. A declaração reforça o laço político entre os dois partidos e fortalece a imagem de Boulos como um dos principais líderes da esquerda brasileira.

Ao final do evento, Boulos procurou desviar o foco da questão sucessória, concentrando-se na campanha municipal. “Isso não é uma discussão para ser feita neste momento. O presidente Lula é a maior liderança que esse país produziu, é presidente do país. Meu foco absoluto é trabalhar para ganhar a Prefeitura de São Paulo e fazer da nossa cidade uma cidade mais justa”, afirmou.

Com as pesquisas mostrando desvantagem no segundo turno, Boulos aproveitou o evento para motivar seus apoiadores e destacar a importância da união. A pesquisa mais recente, conduzida pelo Paraná Pesquisas, aponta que o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) lidera com 51,7% das intenções de voto, enquanto Boulos tem 39,6%. “Agora é hora de olho no olho”, disse ele, mencionando viradas históricas em eleições municipais, como as de Luiza Erundina em 1988 e Fernando Haddad em 2012.

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Boulos também alertou que a extrema direita pretende usar São Paulo como trampolim para reconquistar o poder em 2026, frisando os riscos de retrocessos. Ele destacou a necessidade de uma ampla coalizão para vencer esse campo político.

Alckmin critica gestão de Nunes – O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), presente no evento, aproveitou para criticar a administração do atual prefeito. “Quebrar governo para tentar ganhar eleição é subestimar a inteligência e a capacidade de julgamento das pessoas”, disse, em referência ao déficit nas contas da prefeitura sob a gestão de Nunes.

Alckmin, que no primeiro turno apoiou Tabata Amaral (PSB), agora se posiciona como um defensor ferrenho de Boulos. Em um gesto simbólico, durante o evento, ele exibiu um par de meias com o número 50, em referência ao Psol. “Estou convencido de que Boulos é a mudança que São Paulo precisa, alguém que pode fazer um governo mais próximo da população, e quem ouve mais erra menos”, declarou.

Boulos, por sua vez, minimizou as divergências passadas com Alckmin, quando ambos disputaram a presidência em 2018. Ele afirmou que, diante da ameaça à democracia representada pela extrema direita, as antigas diferenças se tornaram irrelevantes. “O Brasil mudou, e quando isso aconteceu, nossas diferenças se tornaram convergências para derrotar um campo antidemocrático”, disse o candidato.

O ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), também presente, foi contundente ao comparar a gestão de Ricardo Nunes ao “ovo da serpente”. “Aqui em São Paulo está sendo gestado o ovo da serpente, e a gente vai fazer de tudo para evitar que ele nasça de novo”, afirmou França.

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