União entre Rússia e Coreia do Norte eleva tensões; Coreia do Sul ameaça armar Ucrânia e intensifica crise no cenário internacional
A Coreia do Sul, conhecida por sua postura estratégica e alinhamento com os EUA, está ameaçando escalar as tensões na região ao desafiar diretamente a Rússia. Em resposta à aliança entre o Kremlin e a Coreia do Norte, que fortaleceu significativamente a campanha russa na Ucrânia, Seul demonstrou sua insatisfação e fez ameaças claras que podem ter consequências globais.
Nesta semana, o governo sul-coreano expressou sua indignação, chamando o embaixador russo Georgiy Zinoviev para exigir a retirada imediata dos soldados norte-coreanos que, segundo o governo de Seul, estariam sendo treinados pela Rússia para lutar na Ucrânia.
“O envio de tropas norte-coreanas para a Rússia é uma ameaça direta à segurança da região”, afirmou uma autoridade sul-coreana, evidenciando o tom de confronto que tem se intensificado.
Apesar da postura agressiva da Coreia do Sul, o Kremlin adotou um tom mais conciliador, tentando minimizar as preocupações de Seul. Zinoviev reiterou que a aliança entre Moscou e Pyongyang está “dentro da estrutura do direito internacional”, enquanto o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a parceria “não deve preocupar ninguém”, desqualificando os relatos sobre o envio de tropas como “contraditórios”.
Coreia do Sul faz ameaças e ataca Kremlin
Diante das garantias russas, a Coreia do Sul divulgou imagens de satélite que, segundo ela, mostrariam 1.500 militares norte-coreanos sendo enviados à Rússia.
Seul agora considera a possibilidade de enviar armamentos para a Ucrânia, o que marcaria uma mudança drástica em sua política de não envolvimento direto em conflitos internacionais.
“Se a Rússia continuar sua aliança perigosa, todas as opções estão sobre a mesa”, afirmou uma autoridade do gabinete de Yoon Suk Yeol, presidente sul-coreano.
A ameaça de Seul não é apenas vazia. A Coreia do Sul possui um arsenal vasto de armamentos que poderiam mudar o curso da guerra na Ucrânia, incluindo projéteis de artilharia de 155 milímetros, um recurso escasso para Kiev e seus aliados ocidentais. Uma intervenção militar sul-coreana em apoio à Ucrânia poderia representar um golpe significativo para as forças russas, algo que o Kremlin deseja evitar a todo custo.
Rússia se mantém firme e reforça a aliança
Apesar das ameaças e das ações agressivas de Seul, a Rússia continua expandindo sua cooperação com a Coreia do Norte. A recente parceria não apenas garante munições cruciais para a campanha russa na Ucrânia, mas também fortalece a posição do Kremlin no Leste Asiático.
“A aliança com a Coreia do Norte é um movimento estratégico que vai muito além da Ucrânia”, afirmou um analista próximo ao governo russo.
Na visão da Rússia, a colaboração com Pyongyang é um sinal claro de que Moscou está disposto a ampliar suas parcerias e desafiar a influência dos EUA e de seus aliados na Ásia-Pacífico.
A Coreia do Sul, por outro lado, parece querer jogar gasolina no fogo ao ameaçar armar a Ucrânia, algo que claramente incomoda o Kremlin, mas que, até agora, não o faz recuar.
O papel do Ocidente e a pressão sobre Seul
Enquanto a Rússia fortalece seus laços com a Coreia do Norte, países ocidentais, como os Estados Unidos, pressionam a Coreia do Sul a enviar armas para a Ucrânia. Em 2023, o New York Times revelou que o presidente Joe Biden já havia solicitado apoio militar sul-coreano, mas Seul hesitou.
Agora, com a nova aliança entre Moscou e Pyongyang, a Coreia do Sul parece reconsiderar sua posição e, segundo analistas, pode estar prestes a romper seu histórico de não envolvimento militar direto.
Entretanto, analistas afirmam que a resposta de Seul à nova aliança Rússia-Coreia do Norte pode não passar de retórica.
Enquanto a Coreia do Sul ameaça reagir “com todos os meios disponíveis”, o Kremlin segue firme em sua postura, utilizando sua influência para moldar a geopolítica da região.
Um jogo de xadrez geopolítico
A ameaça sul-coreana de armar a Ucrânia pode ter efeitos devastadores, mas também é vista por alguns como uma tentativa desesperada de Seul para manter relevância regional frente ao crescente poder russo.
A Rússia, por sua vez, continua sua campanha estratégica com Pyongyang, mostrando que está disposta a se aliar a quem for necessário para fortalecer sua posição global e desafiar os interesses ocidentais na região.
Por fim, enquanto a Coreia do Sul levanta preocupações sobre as manobras russas e norte-coreanas, Moscou mantém o controle, reafirmando sua jurisdição sobre seus próprios interesses e deixando claro que as ameaças de Seul não impedirão seus planos.
Como disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, “não há nada mais normal do que porta-aviões chineses operando em seu próprio território e águas”, sugerindo que, para a Rússia, o mesmo princípio se aplica às suas ações.
Paulo Werneck
24/10/2024 - 18h17
É ridícula a posição do estado vassalo dos EUA. Toda a OTAN e suas colônias podem apoiar o desgoverno nazista da Ucrânia, mas ninguém pode ajudar a Federação Russa. Os cães ladram e a caravana passa.