O Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou as projeções de crescimento econômico do Brasil, elevando a estimativa para 2024 para 3%, um aumento de 0,9 ponto percentual em relação à previsão anterior de 2,1%. A revisão positiva foi divulgada nesta terça-feira no relatório Perspectiva Econômica Global.
O relatório identifica como principais impulsionadores do crescimento a forte demanda interna, caracterizada por um consumo privado robusto e aumento dos investimentos, impulsionados por um mercado de trabalho apertado e transferências governamentais.
Além disso, os impactos das enchentes no início do ano foram menores do que o previsto, contribuindo para um cenário econômico mais favorável do que o esperado.
No entanto, o FMI também ajustou suas previsões para 2025, reduzindo a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,4% para 2,2%. A instituição justifica essa revisão com a manutenção de uma política monetária restritiva e um esperado arrefecimento do mercado de trabalho.
O cenário econômico nacional foi marcado por um desempenho acima do esperado no primeiro semestre, com uma inflação controlada e um aumento da renda que surpreendeu analistas.
A economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que publicará os números do PIB do terceiro trimestre em 3 de dezembro.
Por outro lado, há uma expectativa de desaceleração econômica devido à redução dos estímulos fiscais e ao nível elevado da taxa de juros. A taxa básica Selic, atualmente em 10,75%, pode chegar a 11,75% ao final do ano após as últimas reuniões do Banco Central, segundo a pesquisa Focus.
Para o futuro, o relatório do FMI também trouxe projeções para a inflação brasileira, esperando uma média de 4,3% em 2024 e de 3,6% em 2025.
Em um contexto mais amplo, as projeções para a América Latina e Caribe foram ajustadas. O crescimento para a região foi revisado para 2,1% em 2024, um aumento de 0,3 ponto percentual. Para 2025, no entanto, houve um corte nas expectativas, com a previsão de crescimento sendo reduzida de 0,2 ponto, para 2,5%.
O desempenho econômico do Brasil neste ano equilibrou as revisões negativas para outras economias da região, como o México, cuja projeção foi reduzida para 1,5%.
O relatório ainda ressalta que, para as economias emergentes e em desenvolvimento, a previsão de crescimento se mantém estável em 4,2% para este ano, mas sofreu uma leve redução para o mesmo percentual em 2025.