Crescem relatos de que a gigante tecnológica chinesa Xiaomi projetou um chip de 3 nanômetros.
No domingo, surgiram notícias de que a Xiaomi havia criado o primeiro chip de 3 nanômetros da China para smartphones, um avanço que, se verdadeiro, seria um marco impressionante, já que especialistas acreditavam que a China estava a anos de alcançar tal tecnologia.
Tang Jianguo, economista-chefe do setor de alta tecnologia em Pequim, teria elogiado a Xiaomi por conseguir “taped out” o primeiro chip móvel de 3 nm do país. No entanto, a notícia, que foi divulgada pela emissora estatal Beijing Radio and Television Station (BRTV) e outros veículos, foi removida rapidamente sem explicações. O termo “tape-out” refere-se à fase final do processo de design antes da produção em massa dos chips.
Apesar da suposta conquista, a Xiaomi não comentou sobre o avanço. A empresa opera uma unidade interna de semicondutores que já desenvolveu diversos chips, como o chip móvel S1 e o sensor de imagem C1, combinando design próprio e chips importados.
O setor de chips avançados é palco de intensa rivalidade internacional, especialmente após o governo Biden impor fortes restrições às exportações de tecnologia de fabricação de chips para a China. Pequim investiu bilhões de dólares no setor, enquanto os EUA tentam limitar o acesso chinês a máquinas de litografia e chips avançados de aliados como Japão, Taiwan e Coreia do Sul.
Especialistas permanecem céticos sobre o suposto avanço, destacando que a Xiaomi, conhecida por sua vasta gama de produtos, incluindo veículos elétricos, só teria começado a contratar pessoal para a fabricação de chips no ano passado.
A Trendforce, no mês passado, chamou a atenção para rumores de avanços na fabricação de chips na China, com equipamentos DUV supostamente produzindo chips de até 8 nanômetros e empresas chinesas solicitando patentes para equipamentos EUV. No entanto, especialistas questionam essas alegações, afirmando que o rendimento de produção é o verdadeiro desafio.
Se confirmado, o chip de 3 nanômetros colocaria a Xiaomi perto dos níveis de fabricantes líderes mundiais, como a TSMC de Taiwan e a Samsung da Coreia do Sul. O desenvolvimento de um chip de 7 nanômetros pela Huawei no ano passado já havia causado alvoroço em Washington, preocupado com o acesso do exército chinês a tecnologias avançadas. Ao contrário da Huawei, que enfrenta sanções rigorosas dos EUA, a Xiaomi ainda tem acesso a chips de empresas como a Qualcomm, que se beneficiou do crescimento da demanda por smartphones chineses.
No entanto, essa relação pode ser reavaliada à medida que o avanço da Xiaomi desperta mais atenção e preocupação.
Com informações da Asia Financial.