Microsoft corta acesso ao OpenAI na China

A restrição do Azure marca um aperto adicional ao acesso do OpenAI no continente / Reprodução / SCMP

Devido à regulamentação chinesa, apenas clientes corporativos estão qualificados para assinar o Azure OpenAI Service na China continental

A Microsoft encerrou as assinaturas individuais para o uso dos serviços da OpenAI na China continental, nesta segunda-feira (21), por meio de sua plataforma de computação em nuvem, Azure, que era a única forma oficial para esses usuários acessarem os serviços do criador do ChatGPT. A medida veio meses após a startup americana bloquear o acesso à sua interface de programação de aplicativos (API) em “países e territórios não suportados”.

A Microsoft explicou que a restrição aos usuários individuais ocorreu “devido a requisitos regulatórios locais”, significando que “apenas clientes corporativos são elegíveis para assinar o Azure OpenAI Service”, conforme mencionado em um e-mail enviado pela Microsoft aos seus usuários de nuvem, visto pelo South China Morning Post.

O Azure OpenAI Service vinha sendo utilizado amplamente por desenvolvedores locais para acessar legalmente a API da empresa americana e conectar seus próprios serviços às diversas tecnologias de inteligência artificial (IA) avançadas, incluindo o principal modelo GPT-4. APIs são intermediários de software que permitem a comunicação e o compartilhamento de dados ou recursos entre diferentes sistemas.

A Microsoft, que é uma grande investidora da OpenAI, não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários na segunda-feira.

A ação da Microsoft implica que o “único método legítimo” para que indivíduos na China acessem a API da OpenAI foi bloqueado, segundo um usuário da JetSquirrel.cloud, que compartilhou o e-mail sobre a restrição do Azure na plataforma de mídia social Xiaohongshu.

O usuário mencionou que ainda poderia utilizar o Azure por meio de sua conta corporativa, mas suas pesquisas pessoais em IA teriam que depender de alternativas locais, que são “mais baratas e possuem uma conexão de internet mais rápida”.

Outro desenvolvedor independente afirmou que algumas maneiras de contornar a restrição do Azure incluem o uso de plataformas de terceiros que não exigem identificação pessoal ou o acesso direto ao site da OpenAI para obter a API usando uma rede privada virtual (VPN), um número de telefone estrangeiro e um cartão bancário internacional.

Essa restrição adicional imposta pelo Azure aumenta as limitações de acesso ao OpenAI na China continental, incentivando desenvolvedores locais a utilizarem modelos de linguagem locais (LLMs) para seus projetos. LLMs são as tecnologias que suportam serviços de IA generativa, como o ChatGPT.

Em 9 de julho, a OpenAI começou a limitar o acesso à sua API na China continental, Hong Kong e Macau. Outros mercados não suportados incluem países sancionados pelos Estados Unidos, como Irã, Coreia do Norte e Rússia.

Após a restrição imposta pelo Azure, a corretora China Industrial Securities sugeriu, em uma nota de pesquisa no domingo, que investidores considerassem comprar ações de desenvolvedoras chinesas de LLM, como a Kunlun Tech. “Acreditamos firmemente que, à medida que a tecnologia de conteúdo gerado por IA continua a evoluir, mais produtos de IA virais surgirão no futuro”, afirmou a corretora.

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