China e Índia firmam acordo histórico para patrulhar fronteira disputada, encerrando impasse de 4 anos. Saiba como isso impacta as tensões!
China e Índia chegaram a um acordo permitindo que as tropas de ambos os países realizem patrulhas na fronteira disputada, marcando um avanço significativo para encerrar um impasse que já dura quatro anos. Esse passo é particularmente importante, considerando que os líderes das duas nações possuem armas nucleares e podem se reunir durante a cúpula do BRICS que ocorrerá nesta semana.
Após intensas discussões ao longo de várias semanas, foi estabelecido um acordo sobre “acordos de patrulhamento ao longo da linha de controle real na área da fronteira Índia-China”, afirmou o Secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, aos repórteres em Nova Déli, nesta segunda-feira. Segundo ele, “esse progresso está contribuindo para a desmobilização e, eventualmente, para a resolução dos problemas surgidos nessas áreas em 2020”.
Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores da China não se manifestou em resposta a um pedido por mais informações.
O comunicado veio na véspera da cúpula do BRICS na Rússia, onde se espera a presença do presidente chinês Xi Jinping e do primeiro-ministro indiano Narendra Modi. Este cenário prepara o terreno para uma possível reunião bilateral entre os dois líderes.
A última vez que Modi e Xi se encontraram foi à margem da cúpula do BRICS em Joanesburgo, em 2023, embora desde a reunião do G20 em Bali, em 2022, não tenham realizado conversas bilaterais formais.
As relações entre China e Índia permanecem tensas desde junho de 2020, quando confrontos violentos entre soldados ao longo da fronteira disputada no Himalaia resultaram na morte de pelo menos 20 soldados indianos, enquanto o número de baixas do lado chinês permanece desconhecido. Desde então, houve pequenos progressos para resolver a crise, mas o ímpeto aumentou este ano após encontros entre os ministros das Relações Exteriores dos dois países, realizados em julho.
As duas nações compartilham uma fronteira não demarcada que se estende por 3.488 quilômetros (ou 2.167 milhas). Ambos os lados deslocaram caças, armas de artilharia e mísseis para mais perto dessa fronteira à medida que as tensões aumentavam, mobilizando milhares de soldados. O acordo para o patrulhamento seria o primeiro passo para recuar as tropas e permitir que as operações normais de patrulhamento fossem retomadas.