Durante uma coletiva de imprensa realizada na noite de domingo, 13, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Sandoval Feitosa, criticou a concessionária de energia Enel por sua resposta insuficiente à crise energética em São Paulo.
Segundo Feitosa, a Enel não mobilizou o número esperado de técnicos nem cumpriu com o plano de contingência estabelecido para enfrentar a crise climática, resultando em um prolongado apagão que agora entra no terceiro dia, afetando 537 mil consumidores.
Feitosa expressou preocupação com a lentidão na recuperação dos serviços, afirmando que a Enel não atendeu às expectativas estabelecidas após experiências anteriores.
Ele também destacou a necessidade de análise mais detalhada dos dados, observando que, além dos consumidores afetados pelo evento climático, outros enfrentam interrupções devido à rotina diária de serviços de distribuição de energia.
A ANEEL apontou que, dos 2,6 milhões de consumidores impactados por interrupções no fornecimento de energia, 2,1 milhões estão na área de concessão da Enel. Em resposta à crise, o Procon-SP anunciou que notificará a Enel para que a empresa explique as razões da demora na restauração da energia.
Até domingo, a Enel tinha restabelecido o serviço para 1,4 milhão de clientes, mas sem definir um prazo para resolver completamente a situação, deixando cerca de 698,8 mil consumidores no escuro. Esse número foi atualizado para 537 mil na manhã de segunda-feira.
A Enel declarou que aproximadamente 1.700 técnicos estão em campo trabalhando para resolver a situação, com o reforço de equipes de outros estados como Rio de Janeiro e Ceará, além de funcionários de outras distribuidoras. A empresa está se esforçando para ampliar o número de profissionais envolvidos na força-tarefa em uma tentativa de acelerar a recuperação dos serviços.
O apagão afeta principalmente a capital paulista, onde cerca de 354 mil consumidores estão sem energia, seguidos por 38,1 mil em São Bernardo do Campo, 36,9 mil em Cotia e 32,7 mil em Taboão da Serra. A situação sublinha a vulnerabilidade da infraestrutura de energia diante de crises climáticas e coloca em questão a eficácia dos planos de contingência da Enel para lidar com tais emergências.