Coreia do Sul reage com tiros após explosões do Norte na fronteira

Após a Coreia do Norte explodir estradas que ligam os dois países, Sul reage com tiros de advertência e reforça a vigilância

As autoridades militares da Coreia do Sul afirmaram nesta terça-feira (15) ter detectado explosões em duas estradas que conectam o país à Coreia do Norte, em um momento de crescente tensão nas relações intercoreanas. O Chefe do Estado-Maior Conjunto sul-coreano relatou que as forças norte-coreanas detonaram explosivos nas linhas Gyeongui e Donghae, provavelmente com a intenção de bloquear as vias de conexão.

Além disso, as forças norte-coreanas teriam posicionado “equipamento pesado” para outras operações, segundo o comunicado do JCS (Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul). Não houve danos às forças sul-coreanas, conforme informado pelas autoridades.

O comunicado do JCS ainda destacou que “nossos militares dispararam tiros de advertência em áreas ao sul da Linha de Demarcação Militar”. As autoridades sul-coreanas afirmaram que estão monitorando de perto as atividades norte-coreanas e que reforçaram sua vigilância em cooperação com os EUA, mantendo um estado de alerta máximo.

Na segunda-feira, Seul já havia alertado que Pyongyang parecia estar se preparando para bloquear as estradas. O porta-voz do JCS, coronel Lee Sung-jun, afirmou que “os militares norte-coreanos têm realizado atividades que podem estar relacionadas às explosões ao longo das linhas Gyeongui e Donghae”. Ele também ressaltou que, se a Coreia do Norte realizar qualquer ação ofensiva, a Coreia do Sul retaliará fortemente, exercendo seu direito de autodefesa.

Na semana passada, as autoridades norte-coreanas já haviam anunciado que selariam permanentemente a fronteira com o sul, cortando as conexões ferroviárias e rodoviárias e reforçando suas defesas. A linha Gyeongui conecta Paju, na Coreia do Sul, a Kaesong, na Coreia do Norte, enquanto a linha Donghae segue pela costa leste. De acordo com Seul, a Coreia do Norte passou meses preparando o terreno, instalando minas e desmontando infraestruturas ao longo dessas rotas.

Pyongyang afirmou ter comunicado suas intenções às forças dos EUA na Coreia do Sul para “evitar qualquer erro de julgamento e conflito acidental relacionado ao projeto de fortificação”.

Essas explosões ocorrem após quase um ano de crescentes tensões. Em dezembro de 2023, o líder norte-coreano Kim Jong Un declarou as duas Coreias como “estados hostis”. Desde maio, a Coreia do Norte enviou milhares de “balões de lixo” para o sul, conforme relatado pelo JCS.

Por outro lado, grupos cívicos sul-coreanos também têm enviado balões ao norte, carregando arroz, medicamentos e material crítico ao regime de Pyongyang, o que tem provocado reclamações e ameaças de resposta por parte do governo norte-coreano.

Na semana passada, Pyongyang acusou a Coreia do Sul de voar drones sobre sua capital e ordenou que suas brigadas de artilharia estivessem prontas para agir na fronteira, segundo a mídia estatal. O Ministério da Defesa de Seul, por sua vez, alertou que Pyongyang enfrentará graves consequências caso cause qualquer dano ao sul.

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