Tanques das forças armadas de Israel invadiram uma base da missão de paz da ONU no Líbano no domingo, 13.
Segundo relatos da Folha, esse evento marca mais um episódio de hostilidades contra a Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano).
Na semana anterior, Israel bombardeou posições da ONU no sul do Líbano, resultando em ferimentos a cinco capacetes azuis, o que provocou protestos internacionais.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, emitiu uma declaração solicitando a retirada dos soldados da ONU das zonas de conflito, acusando a missão de se tornar refém do Hezbollah.
“Chegou a hora de o senhor retirar a Unifil das fortalezas do Hezbollah e das zonas de combate”, disse Netanyahu, dirigindo-se ao secretário-geral da ONU, António Guterres.
A declaração segue a recusa anterior de Israel em cooperar com Guterres, a quem declarou persona non grata.
A Unifil está estacionada no Líbano para monitorar e garantir que as partes em conflito respeitem a Linha Azul, uma fronteira demarcada pela ONU. A posição das Nações Unidas é de manter sua presença na região, com o argumento de que a bandeira da ONU deve permanecer hasteada para assegurar a paz.
A situação escalou ainda mais quando, no sábado, 12, 40 países contribuintes da Unifil, incluindo o Brasil, Alemanha, Reino Unido, China, Turquia, Itália, França e Espanha, emitiram uma nota condenando os ataques à missão de paz. A nota, entretanto, não nomeou Israel diretamente como o agressor.
Esses eventos sublinham a complexidade e a volatilidade da situação no Líbano, onde as ações militares de Israel têm provocado uma ampla gama de reações internacionais e questionamentos sobre a eficácia e segurança das operações de paz conduzidas sob a égide das Nações Unidas.