Enel é detonada no primeiro debate de 2º turno em SP

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Durante o primeiro debate do segundo turno das eleições municipais de São Paulo, realizado pela Band na última segunda-feira, 14, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o candidato Guilherme Boulos (PSOL) focaram nas discussões sobre a crise energética que afeta a cidade.

Ambos defenderam a necessidade de rescindir o contrato com a Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia, diante da insatisfação popular e dos recentes apagões.

A troca de acusações foi intensa, com os candidatos responsabilizando diferentes esferas do governo pela crise.

Nunes atribuiu a culpa ao governo federal por não intervir na gestão da Enel, apesar de já ter pedido a suspensão do contrato desde um grande apagão em novembro de 2023. “O governo federal não fez nada desde então, e a cidade continua sofrendo com esse descaso”, declarou Nunes.

Por outro lado, Boulos criticou a falta de ação do governo municipal, especialmente em manutenção urbana como a poda de árvores, que poderia ter mitigado os danos do temporal que exacerbou a situação.

“Você não faz a poda das árvores e o culpado é o Lula?”, questionou Boulos, argumentando que a população paulistana está “refém de duas incompetências: a da Enel e a do prefeito”.

Os candidatos também abordaram suas rejeições políticas e associaram adversários e padrinhos políticos à crise energética. Boulos destacou as ligações políticas entre a Aneel e Jair Bolsonaro (PL), e seu aliado Ciro Nogueira (PP-PI), enquanto Nunes procurou vincular o problema à falta de ação federal.

Além do tema energético, o debate tocou em outros assuntos sensíveis. Boulos levantou a questão da chamada “máfia das creches”, um escândalo de suspeita de lavagem de dinheiro que envolve a gestão atual, enquanto Nunes desafiou Boulos a abrir seu sigilo bancário, alegando sua própria transparência.

“Minha vida é limpa, não tenho nada a esconder”, afirmou Nunes, acusando também o PSOL de ser leniente com rachadinhas.

As provocações continuaram com Nunes questionando a experiência administrativa de Boulos, comparada à sua própria trajetória como vereador, vice-prefeito e prefeito.

Boulos, em resposta, ressaltou a importância de trazer experiência combinada com renovação à prefeitura, referindo-se à sua vice, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT).

O apagão dominou o debate, com ambos os candidatos concordando que a Enel deve ser retirada, mas divergindo sobre quem deve tomar a iniciativa. Enquanto Nunes acredita que a ação deve vir do governo federal, Boulos defende uma abordagem mais proativa da prefeitura.

Com 55% das intenções de voto segundo a última pesquisa Datafolha, Nunes entra no segundo turno com vantagem, mas Boulos continua a desafiar essa liderança, propondo uma mudança radical para revitalizar a gestão da cidade.

O próximo debate está agendado para quinta-feira, 17, com as eleições decididas no dia 27 deste mês.

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