Israel intensifica ataques a bases da ONU no Líbano

Soldados israelenses trabalham em tanques em uma área de preparação no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano. Foto: AP

Tropas israelenses invadem base de forças de paz da ONU no Líbano

O Comando da ONU informou que tanques israelenses invadiram os portões de uma base de sua força de paz no sul do Líbano, em mais um episódio de acusações de violações e ataques que têm sido condenados até mesmo por aliados de Israel.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu à ONU que retire as tropas da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) das áreas de combate no país. Horas depois desse pedido, a UNIFIL reportou novas violações por parte de Israel, incluindo a entrada forçada de tanques na base.

“O momento chegou para que retirem a UNIFIL das fortalezas do Hezbollah e das zonas de combate”, declarou Netanyahu em um comunicado direcionado ao secretário-geral da ONU, António Guterres. Netanyahu afirmou que a presença das tropas da ONU nas proximidades dos combates tem permitido que o Hezbollah, apoiado pelo Irã, utilize os peacekeepers como “escudos humanos”, uma acusação negada pelo grupo militante.

Cinco membros das forças de paz foram feridos nos últimos dias em uma série de ataques atribuídos às forças israelenses, segundo a UNIFIL.

Líderes de vários países europeus, como a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que geralmente apoia Israel, condenaram os ataques israelenses às forças de paz. A Itália é um dos maiores contribuintes de tropas para a UNIFIL, com mais de mil soldados na força de 10 mil integrantes. França e Espanha, que também têm centenas de soldados, emitiram declarações semelhantes.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, reiterou que o secretário-geral da ONU foi banido de entrar no país, acusando-o de não condenar adequadamente o ataque com mísseis do Irã no início de outubro.

Criada em 1978 para monitorar o sul do Líbano, a UNIFIL tem enfrentado desafios para cumprir sua missão de garantir que a área de fronteira seja desmilitarizada, conforme a Resolução 1701 da ONU, aprovada após a guerra de 2006 entre Israel e Hezbollah.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, expressou “profunda preocupação” sobre os ataques israelenses às posições da UNIFIL e instou Israel a garantir a segurança das forças de paz e das tropas libanesas.

O conflito entre Israel e Hezbollah tem gerado um dos episódios mais sangrentos no Líbano em décadas, com mais de 2.100 mortos e 10 mil feridos, incluindo mulheres e crianças, após semanas de intensificação dos combates.

A ONU e líderes de diversos países estão em alerta máximo para uma possível escalada, especialmente após os ataques de mísseis do Irã em retaliação aos bombardeios israelenses no Líbano.

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