Menu

Australiana investe bilhões para fazer do Ceará um polo global de energia limpa

Projeto de R$ 17,5 bi do Governo Lula promete gerar mais de 9 mil empregos e transformar o Ceará em polo de hidrogênio verde O Governo Federal, por meio do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), deu um passo estratégico ao aprovar a instalação do projeto de produção de hidrogênio verde da […]

sem comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
O hidrogênio verde é caracterizado não só pela baixa emissão de carbono como por ser produzido a partir de fontes renováveis / Reprodução

Projeto de R$ 17,5 bi do Governo Lula promete gerar mais de 9 mil empregos e transformar o Ceará em polo de hidrogênio verde


O Governo Federal, por meio do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), deu um passo estratégico ao aprovar a instalação do projeto de produção de hidrogênio verde da empresa australiana Fortescue na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Pecém, no Ceará. Com previsão de investimento de R$ 17,5 bilhões, o projeto visa transformar o estado em um polo de energia limpa, consolidando a região como um dos principais centros de produção de hidrogênio verde do mundo. A expectativa é que o projeto gere mais de 9 mil postos de trabalho diretos e indiretos, beneficiando a economia local.

A primeira fase do projeto está prevista para começar ainda em outubro deste ano, com operações iniciais programadas para agosto de 2028. A capacidade de produção de hidrogênio verde na ZPE de Pecém será de 1,2 gigawatts (GW) por ano, podendo atingir até 2,1 GW em uma segunda fase do projeto. Esse tipo de hidrogênio é produzido a partir de fontes de energia renováveis, como solar e eólica, que são abundantes no Ceará, o que torna o estado ideal para abrigar uma indústria de energia limpa em grande escala.

Um grande passo para a transição energética no Brasil

O projeto tem capacidade de produção estimada de 1,2 gigawatts (GW) por ano, podendo chegar a 2,1 GW em uma eventual segunda fase / Foto: ZPE Ceará/Divulgação

Em reunião realizada na quarta-feira (9), o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), assinou a resolução que autoriza a instalação do projeto. O encontro contou com a presença do governador do Ceará, Elmano de Freitas, que destacou a importância do projeto para o desenvolvimento econômico e ambiental da região. “O Brasil tem todas as condições para ser o grande protagonista da transformação ecológica que o mundo inteiro busca. E esse projeto, com investimentos significativos, é um grande passo nessa direção. A ZPE de Pecém se torna um símbolo dessa nova era, onde a indústria e a preservação do meio ambiente caminham juntas”, afirmou Alckmin.

O projeto faz parte de um plano maior para a criação de um hub de hidrogênio verde no Ceará, alinhado à Missão 5 (Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas) da Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial que busca guiar o país até 2033. O hub de Pecém reforça a aposta do Brasil em energias renováveis, contribuindo significativamente para os esforços globais de redução de emissões de carbono e transição energética.

Inovação e sustentabilidade como contrapartida

Planta piloto de utilização de hidrogênio verde no Rio de Janeiro / Fonte: Agência Câmara de Notícias

A produção de hidrogênio verde em Pecém será intensiva no uso de energia limpa, aproveitando o potencial solar e eólico da região. O estado do Ceará já é referência na produção de energia renovável, e este projeto deverá ampliar ainda mais essa capacidade, gerando demanda por bens de capital e serviços no setor energético.

Além do impacto econômico e ambiental, o projeto traz uma importante contrapartida: a empresa Fortescue se comprometeu a utilizar bens e serviços de origem nacional e a investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). Esses investimentos serão fundamentais para fortalecer o ecossistema de inovação local, com a possibilidade de apoiar a criação do Centro de Inovação e Pesquisa do Complexo do Pecém, a instalação de um campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza e o desenvolvimento de cursos de especialização em hidrogênio verde no IFCE-Pecém.

Esse movimento de incentivo à transição energética se estende para outras regiões do Brasil. Na mesma reunião do CZPE, foram aprovados mais três projetos industriais em ZPEs de outras partes do país, reforçando o papel das Zonas de Processamento de Exportação na promoção do desenvolvimento econômico e tecnológico.

No Maranhão, foi autorizado um projeto para a produção de querosene de aviação renovável (SAF), diesel e outros combustíveis, que será a âncora da ZPE de Bacabeira. A refinaria modular, que prevê um investimento de R$ 8 bilhões, irá gerar cerca de 2.300 empregos diretos nas fases de implementação e operação.

Em Mato Grosso, a ZPE de Cáceres, concluída em julho deste ano, também receberá seu primeiro grande projeto: a fabricação de produtos de madeira teca, como tábuas e blocos, com investimento previsto de R$ 24 milhões. O empreendimento deve gerar 140 empregos diretos e contribuir para o desenvolvimento econômico local.

Já no Piauí, a ZPE de Parnaíba receberá uma indústria de fabricação de féculas e amidos vegetais, com previsão de R$ 40 milhões em investimentos. O projeto, que vai gerar cerca de 40 empregos diretos e 500 indiretos, fortalecerá a ligação entre a indústria e a agricultura local, beneficiando produtores de mandioca da região do baixo Parnaíba, um dos maiores polos produtores do Piauí e Maranhão.

As Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) desempenham um papel essencial no desenvolvimento econômico do Brasil. Criadas com o objetivo de fomentar a cultura exportadora, promover a difusão tecnológica e reduzir desigualdades regionais, as ZPEs oferecem um ambiente competitivo para empresas que buscam expandir suas operações no mercado internacional. As companhias instaladas nessas zonas têm acesso a benefícios fiscais e tributários, como a suspensão do recolhimento de IPI, Pis-Cofins, Imposto de Importação e AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante) na aquisição de máquinas, equipamentos e insumos, com isenção ou alíquota zero no caso de posterior exportação.

, , , , , , , , , , ,
Apoie o Cafezinho

Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

Mais matérias deste colunista
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!


Leia mais

Recentes

Recentes