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Rota da Seda: Governo chinês prepara ‘super plano’ que promete impulsionar o Acre

O Acre, na região Norte do Brasil, está incluído no plano da chamada Nova Rota da Seda, um programa global de infraestrutura e desenvolvimento liderado pelo governo da China. Lançada pelo presidente Xi Jinping em 2013, a iniciativa visa estabelecer novas rotas comerciais e será um dos principais temas da visita do líder chinês ao […]

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O Acre, na região Norte do Brasil, está incluído no plano da chamada Nova Rota da Seda, um programa global de infraestrutura e desenvolvimento liderado pelo governo da China.

Lançada pelo presidente Xi Jinping em 2013, a iniciativa visa estabelecer novas rotas comerciais e será um dos principais temas da visita do líder chinês ao Brasil em novembro deste ano, quando participará da cúpula do G20 em Belém, no Pará.

A diplomacia brasileira ainda não se comprometeu totalmente com a Iniciativa Cinturão e Rota, que é financiada pelo Banco Mundial e por capital chinês, principalmente devido à oposição dos Estados Unidos, aliado próximo do Brasil.

A visita de Xi Jinping será um momento decisivo para a discussão sobre a participação do país no projeto, que já envolve mais de 150 nações e movimenta valores superiores a um trilhão de dólares.

A Nova Rota da Seda, também chamada de Iniciativa Cinturão e Rota, é uma tentativa de recriar as rotas comerciais históricas que conectavam o Oriente ao Ocidente, promovendo investimentos em infraestrutura, especialmente em países em desenvolvimento.

A iniciativa busca encurtar distâncias marítimas e fortalecer as ligações comerciais através do Oceano Pacífico, conectando o Brasil — particularmente na fronteira com o Peru, onde está localizado o Acre — ao mercado asiático.

Estima-se que o projeto possa contribuir para um aumento de até 2,99% na economia global, gerando até 7 trilhões de dólares até 2040, segundo o Banco Mundial.

Contudo, há preocupações sobre o impacto econômico da participação no projeto, incluindo o risco de endividamento e a dependência dos países em relação aos investimentos chineses.

O debate sobre a adesão brasileira ao projeto é intenso. Por um lado, há potencial para melhorias significativas na infraestrutura do país, bem como um aumento no comércio com a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Por outro lado, a perspectiva de aumento da dívida pública e perda de autonomia econômica levanta preocupações.

Os investimentos propostos pela iniciativa incluem financiamento para projetos de infraestrutura considerados críticos, como portos, rodovias e ferrovias.

Muitas vezes, as condições de financiamento exigem a utilização de mão de obra e recursos chineses, o que acentua os receios quanto à dependência econômica em relação ao país asiático.

Além dos impactos econômicos, a adesão do Brasil à Nova Rota da Seda possui importantes dimensões geopolíticas, especialmente em meio às tensões entre China e Estados Unidos.

Uma eventual participação brasileira na iniciativa pode influenciar diretamente as relações do Brasil com outras potências globais, o que torna a decisão particularmente complexa.

No âmbito do governo brasileiro, há uma divisão sobre a adesão. Alguns integrantes da administração veem benefícios na expansão dos investimentos e na cooperação com a China, enquanto outros mantêm cautela, temendo as possíveis consequências para a soberania nacional e as implicações geopolíticas de um alinhamento mais próximo com Pequim.

A decisão do Brasil em relação à adesão à Nova Rota da Seda dependerá de uma análise criteriosa dos riscos e benefícios. Isso inclui considerar não apenas os ganhos econômicos imediatos, mas também os impactos de longo prazo sobre a soberania nacional e as relações internacionais, em um contexto onde a presença chinesa na América Latina cresce e as tensões globais entre grandes potências persistem.

Os próximos passos do governo brasileiro serão fundamentais para definir o papel do país na dinâmica econômica global e os efeitos desse posicionamento para a região do Acre e para toda a infraestrutura nacional. A visita de Xi Jinping ao Brasil, em novembro, será um marco importante para essas discussões, envolvendo decisões que vão além da economia, afetando também a geopolítica e a soberania do país.

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Comentários

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Ligeiro

09/10/2024 - 21h19

Sou da ideia que a melhor forma seria “transferência de tecnologia”. Ou seja, se a China quiser ajudar, tragam suas ideias, mas deem o direito para profissionais brasileiros usarem não só na própria rota, mas em outros projetos de mobilidade no país. O Brasil está bem atrasado na instalação de serviços ferroviários entre capitais e outros tipos de infraestrutura. Inegável que chineses são excelentes engenheiros, enquanto que o Brasil outrora era bom com obras, perdeu muita cabeça para o exterior ou com problemas internos. Aprimorar nossas cabeças seria uma forma justa para abrir um sistema intercontinental de operações.

Outro ponto também é se ater a preservação ambiental. Infelizmente estamos sofrendo com abusos nas terras que eram para serem preservadas – isso falando de Pantanal (quase se extinguindo) e região amazônica (sendo grilada). Rotas de transporte geram comunidades no caminho, e o risco de uma destas se aproveitar para extrair produtos das terras brasileiras é alta. Um condicionante adicional é que parte dos recursos para a criação das operações possa servir para proteger as áreas que requerem recuperação ambiental após anos de abusos.


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