O Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, durante um evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira, 8, expressou preocupações sobre o impacto das posições ideológicas e diplomáticas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva na eficácia das operações de defesa do país.
Segundo o Ministro, existe um grande desconhecimento público sobre as funções e objetivos do Ministério da Defesa, que ele atribui a “ranços ideológicos” contra as forças armadas.
Múcio detalhou que nos últimos anos houve uma redução significativa nos investimentos na defesa, com um decréscimo de 47%, que ele relaciona diretamente a obstáculos ideológicos, queixas políticas e variações na programação do governo.
O ministro argumenta que essas barreiras ideológicas não só comprometem o financiamento da defesa, mas também têm impacto direto em operações específicas e na aquisição de equipamentos.
“Qual é o nosso grande desafio? O absoluto desconhecimento do que somos e do que queremos ser. Nos últimos anos nós tivemos um retrocesso nos investimentos de defesa da ordem de 47%. Por quê? Ainda existem muito, por componentes ideológicos, por queixas políticas, por variações programáticas, que acham que a Defesa não. Funciona”, disparou à platéia.
Um exemplo citado por Múcio foi uma licitação recente para equipamentos de defesa, na qual uma empresa israelense saiu vencedora.
No entanto, devido a complicações diplomáticas relacionadas ao conflito entre Israel e Hamas e outras considerações políticas, o Tribunal de Contas da União (TCU) bloqueou a aprovação da licitação, impedindo que o segundo colocado assumisse o contrato.
O ministro expressou frustração com a situação, destacando a necessidade de resolver essas questões ideológicas para avançar na defesa nacional.
Além disso, José Múcio mencionou outra situação que descreveu como um “embaraço diplomático”, envolvendo uma oferta da Alemanha para comprar munições do Exército Brasileiro.
“A questão diplomática interfere na Defesa. Houve agora uma concorrência, uma licitação. Venceram os judeus, o povo de Israel, mas por questões da guerra, o Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas não podemos aprovar. O TCU não permitiu dar ao 2º colocado e nós estamos aguardando que essas questões passem para que a gente possa se defender”, explicou.
A transação não foi concluída por preocupações de que as munições pudessem acabar sendo usadas no conflito ucraniano contra a Rússia, o que poderia afetar negativamente os acordos comerciais do Brasil com a Rússia, especialmente no fornecimento de fertilizantes.
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