Inflação registra alta em setembro impulsionado por energia e alimentação, diz IBGE

Flavio Tavares/O Tempo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 9, que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou um aumento de 0,44% em setembro, marcando uma retomada inflacionária após a deflação de -0,02% observada em agosto. Este resultado posiciona a inflação acumulada do ano em 3,31% e a dos últimos 12 meses em 4,42%.

Analistas de mercado projetavam um aumento do IPCA em 0,46% para setembro, com uma expectativa anual de 4,43%.

O gerente da pesquisa, André Almeida, comentou que as variações do índice foram fortemente influenciadas pelos ajustes na tarifa de energia elétrica residencial, devido à alteração da bandeira tarifária de verde para vermelha patamar um, em resposta aos níveis baixos dos reservatórios. Esta mudança contribuiu com aproximadamente 0,21 ponto percentual para o IPCA de setembro.

“A mudança de bandeira tarifária de verde em agosto, onde não havia cobrança adicional nas contas de luz, para vermelha patamar um, por causa do nível dos reservatórios, foi o principal motivo para essa alta”, explicou.

O grupo Habitação registrou a maior variação positiva do mês, com 1,80%, destacando-se o aumento de 5,36% na energia elétrica residencial.

O grupo Alimentação e Bebidas também influenciou o índice, com uma alta de 0,50%, impulsionada principalmente pelos preços da carne bovina e de frutas como laranja, limão e mamão.

Almeida aponta a estiagem prolongada como um fator de pressão sobre os preços desses produtos, reduzindo a oferta no mercado.

“Falando especificamente das carnes, a forte estiagem e o clima seco foram fatores que contribuíram para a diminuição da oferta. É importante lembrar que tivemos quedas observadas ao longo de quase todo o primeiro semestre de 2024, com alto número de abates. Agora, o período de entressafras está sendo intensificado pela questão climática”, explicou.

A alimentação no domicílio teve um aumento de 0,56%, enquanto a alimentação fora do domicílio registrou um crescimento mais moderado de 0,34%.

A variação nos subitens refeição e lanche mostra uma desaceleração e aceleração, respectivamente, em comparação com o mês anterior.

Por outro lado, o segmento de Despesas Pessoais apresentou a queda mais acentuada, com -0,31%, influenciada principalmente pela redução de 8,75% nos preços de cinema, teatro e concertos durante a semana do cinema, uma campanha de preços promocionais praticada nacionalmente.

Regionalmente, todas as áreas pesquisadas tiveram variações positivas em setembro. Goiânia apresentou o maior aumento, com 1,08%, devido aos custos mais altos de gasolina e energia elétrica residencial. Em contraste, Aracaju teve a menor variação, de 0,07%, com quedas notáveis nos preços de cebola, tomate e gasolina.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também foi atualizado, mostrando um crescimento de 0,48% em setembro, o que representa um aumento de 0,62 pontos percentuais em relação a agosto. No acumulado do ano, o INPC subiu 3,29% e nos últimos 12 meses, 4,09%, evidenciando uma tendência de alta em comparação com os 3,71% dos 12 meses imediatamente anteriores.

Os produtos alimentícios no INPC tiveram uma elevação de 0,49% após dois meses de recuo, enquanto os produtos não alimentícios registraram um aumento de 0,48% em setembro, comparado a uma variação de 0,02% em agosto. As variações regionais refletiram um padrão similar ao do IPCA, com Goiânia e Aracaju apresentando as maiores e menores variações, respectivamente.

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