Fontes dentro do governo afirmam que as críticas do ministro da Defesa causaram perplexidade, já que a relação com o Itamaraty era vista como positiva.
Durante um evento recente, foram geradas surpresas entre membros do Itamaraty com as declarações do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, sobre negociações frustradas com Israel e Alemanha. A fala, que foi considerada uma “alfinetada” pela equipe diplomática, foi interpretada como um descontentamento. Fontes governamentais destacam que a relação entre os ministérios sempre foi de colaboração, especialmente em operações conjuntas.
“A relação sempre pareceu colaborativa”
Em conversa com uma fonte do governo, que pediu para não ser identificada, foi constatado que a declaração de Múcio não foi bem recebida. Referindo-se à ideia de que o ministro da Defesa constantemente critica o Itamaraty. Segundo ela, “do que vi da relação entre os dois ministros, sempre me pareceu um tom colaborativo”.
A fonte mencionou ainda que Múcio esteve no Itamaraty na semana anterior à declaração, participando de uma coletiva de imprensa conjunta com o chanceler Mauro Vieira. “Os dois ministérios sempre pareceram trabalhar de forma harmônica, inclusive nas operações de repatriação, onde a colaboração é fundamental”, comentou.
Descontentamento nos bastidores
A surpresa com as declarações não se limitou apenas ao comentário em si, mas também ao impacto que foi gerado internamente. De acordo com um diplomata do Itamaraty, “ninguém sabe por que ele deu essa alfinetada, mas isso criou um mal-estar aqui”. Já um outro membro do governo também ressaltou que as operações conjuntas entre o Ministério da Defesa, a FAB e o Itamaraty vinham ocorrendo de maneira muito positiva, exigindo um estreitamento entre as equipes.
“Acho que os dois ministérios estão trabalhando muito bem juntos. Então, essa declaração realmente pegou alguns de surpresa”, afirmou a fonte.
Uma relação até então estável
Múcio, que era visto como um colaborador próximo ao Itamaraty, parece ter gerado um sentimento de decepção entre diplomatas e servidores da pasta. “Há uma sensação de que a declaração foi inesperada e não condiz com o que vinha sendo construído entre as equipes”, revelou a fonte.
Apesar do desconforto, as expectativas são de que a colaboração entre o Itamaraty e o Ministério da Defesa será mantida, já que ambos os ministérios têm várias frentes em andamento que demandam cooperação constante.
Por enquanto, o mal-estar causado pelas declarações ainda é percebido nos bastidores, mas fontes dentro do governo acreditam que a relação entre os dois ministérios não deve ser afetada de forma duradoura. O próximo passo será observar se novos desdobramentos surgem, e como ambas as pastas lidam com a situação daqui para frente.