China acelera produção de chips quânticos após sucesso com tecnologia desenvolvida

O computador Origin Wukong, lançado em janeiro, realizou mais de 270.000 tarefas de computação quântica vindas de 133 países e regiões / Reprodução SCMP

Origin Quantum desafia sanções dos EUA e avança na produção de chips quânticos supercondutores, ampliando sua linha de montagem e consolidando a autossuficiência tecnológica da China

A empresa chinesa Origin Quantum, que foi sancionada pelos EUA, está realizando uma atualização significativa em sua linha de produção de computadores quânticos supercondutores, os primeiros desse tipo no país. Esse avanço ocorre após o sucesso inicial com um chip quântico desenvolvido internamente, o que pode ajudar a China a alcançar a independência tecnológica na fabricação de máquinas de ponta, de acordo com a mídia estatal.

A Origin Quantum, localizada em Hefei, na província de Anhui, manteve seu chip quântico de 72 qubits operando de forma estável em seu computador supercondutor Origin Wukong por nove meses. Esse desenvolvimento coloca a empresa em uma posição privilegiada no campo da tecnologia quântica.

O computador quântico Origin Wukong / Foto: CCTV

A empresa está expandindo sua linha de produção para criar chips quânticos de nova geração com maior número de qubits e melhor desempenho. Além disso, a Origin Quantum também está ampliando sua linha de montagem de computadores quânticos supercondutores, permitindo a montagem de até oito unidades simultaneamente, em comparação com o máximo de cinco atualmente.

Esses avanços acontecem em meio ao movimento da China em direção à autossuficiência tecnológica, especialmente importante após o aumento das sanções dos EUA. A escalada de restrições inclui uma ordem executiva do presidente Joe Biden, assinada em agosto do ano passado, que bloqueia investimentos americanos em áreas como computação quântica e inteligência artificial, citando preocupações com a segurança nacional.

Em maio deste ano, a Origin Quantum foi incluída em uma lista negra comercial dos EUA, junto com outras 22 instituições de pesquisa de computação quântica da China. Essas entidades foram acusadas de tentar adquirir tecnologia de origem americana para impulsionar as capacidades quânticas da China. Poucos dias após a inclusão na lista, a empresa anunciou que desenvolveu um módulo de interconexão de micro-ondas de alta densidade, permitindo que todos os componentes essenciais de seus computadores quânticos sejam produzidos internamente.

Fundada em 2017, a Origin Quantum nasceu no Laboratório Chave de Informação Quântica da Academia Chinesa de Ciências, e foi criada pelos físicos Guo Guoping e Guo Guangcan, da Universidade de Ciência e Tecnologia da China.

A empresa recebeu investimentos de importantes fundos estatais, como o Fundo de Investimento em Internet da China e o Shenzhen Capital Group, ambos focados em fomentar a inovação tecnológica chinesa.

Desde o lançamento do computador quântico Origin Wukong, em janeiro, a máquina completou mais de 270.000 tarefas de computação quântica, atendendo a demandas de 133 países e regiões, o que reflete a capacidade crescente da China de competir no setor global de tecnologia quântica.

Com informações do South China Morning Post*

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