Dois navios de guerra alemães navegaram pelo Estreito de Taiwan em meados de setembro, conforme relatado pela mídia alemã no último sábado.
Essa ação marcaria a primeira passagem de navios de guerra alemães pelo estreito em 22 anos, um movimento que especialistas afirmam que será interpretado pela China como uma demonstração de força e um sinal de alinhamento com as políticas da Ásia-Pacífico dos Estados Unidos.
A revista Der Spiegel foi a primeira a noticiar o plano, citando fontes não especificadas que indicam que a Alemanha não notificará formalmente Pequim sobre a passagem. Isso reflete a posição de Berlim de que a viagem é uma operação normal. O Ministério da Defesa da Alemanha, no entanto, recusou-se a comentar sobre esses relatos, segundo informações da Reuters.
A estratégia por trás desse movimento inclui o desejo da Alemanha de aumentar seu envolvimento na região do Pacífico, bem como fortalecer laços com os Estados Unidos e a OTAN. Esta decisão surge em um momento em que os EUA buscam conter a influência econômica e militar chinesa, garantindo também um apoio mais robusto para a segurança europeia.
Este possível trânsito ocorre após ações semelhantes de outras nações. Em novembro de 2023, navios de guerra dos EUA e do Canadá também navegaram pelo Estreito de Taiwan, levando o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular Chinês a organizar um estado de alerta máximo, com forças navais e de aviação monitorando e seguindo os navios ao longo de seu percurso.
Especialistas chineses interpretam o planejado trânsito dos navios alemães como uma tentativa de demonstrar poder e uma atitude hostil, o que provavelmente afetará negativamente as relações entre Pequim e Berlim.
Em resposta a perguntas sobre essa manobra, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China reiterou em 20 de agosto que a questão de Taiwan é um assunto interno da China e expressou oposição ao que vê como uma ameaça à soberania territorial e à segurança nacional sob o pretexto de liberdade de navegação.
Com informações do Global Times
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!