Um levantamento realizado pelo jornal O Globo mostra que as cidades que receberam maior volume de “emendas Pix” apresentaram uma taxa de reeleição de prefeitos superior à média nacional.
Nos 178 municípios analisados, que foram identificados pela Controladoria-Geral da União (CGU) como os principais receptores desses recursos, 100 prefeitos de centro-direita conseguiram se reeleger, e outros 45 fizeram sucessores do mesmo grupo político.
A taxa de sucesso dos prefeitos de partidos da direita tradicional que disputaram reeleição nesse grupo foi de 94,6%, com 112 prefeitos concorrendo e 100 reeleitos.
Apenas seis prefeitos não foram bem-sucedidos na reeleição. Esses dados são contrastados com a taxa de recondução nacional de 81,4% para este ano, um recorde histórico que supera os 63,7% de 2008.
Um exemplo marcante vem de Carapicuíba, na Região Metropolitana de São Paulo. A cidade, que recebeu R$ 150 milhões em emendas Pix durante a gestão do prefeito Marcos Neves (PSDB), viu seu aliado José Roberto (PSD) ser eleito com 80,3% dos votos.
Em Macapá, capital do Amapá, o prefeito Doutor Furlan foi reeleito com 85,08% dos votos, após a cidade receber R$ 128 milhões em emendas, a maioria de parlamentares da sua coligação.
Além das grandes cidades, municípios menores como Coração de Maria (BA) e Campo Formoso (BA) também se destacaram. Coração de Maria reelegeu o prefeito Kley Lima (Avante) com 67% dos votos após receber significativas emendas Pix.
Campo Formoso viu a reeleição de Elmo Nascimento (União), cujo irmão, o deputado Elmar Nascimento (União-BA), destinou R$ 19 milhões em emendas para a cidade.
No entanto, nem todos os municípios que receberam grandes volumes de emendas tiveram sucesso nas urnas. Em Belém, o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) não avançou para o segundo turno apesar de sua gestão ter recebido R$ 23 milhões em emendas. Sua administração enfrentou críticas, especialmente pela gestão dos serviços de coleta de lixo.
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