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O Centrão segue na liderança das prefeituras no Brasil, como sempre foi

Enquanto muitos falam em ascensão do Centrão, dados mostram que o bloco político mantém a força de sempre; destaque verdadeiro é o crescimento do PSD.

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Enquanto muitos falam em ascensão do Centrão, dados mostram que o bloco político mantém a força de sempre; destaque verdadeiro é o crescimento do PSD.

O crescimento do PSD em 2024

Desde as primeiras análises dos resultados das eleições municipais de 2024, tem-se falado muito sobre uma “ascensão” do Centrão, como se houvesse uma mudança abrupta no cenário político brasileiro. No entanto, essa visão ignora uma constatação fundamental: o Centrão sempre ocupou uma posição de liderança na administração municipal ao longo das últimas décadas. A manutenção dessa força política, presente em partidos como PP, Republicanos, PL, União Brasil e MDB, reforça o que tem ocorrido de forma consistente nos últimos 20 anos.

Os números das eleições de 2024 são claros. O PSD consolidou-se como o partido com o maior número de prefeitos eleitos, saltando de 657 prefeituras em 2020 para 882 em 2024 — um acréscimo de 225 prefeituras. Este crescimento posiciona o PSD como a maior força política em nível municipal no Brasil, ultrapassando inclusive o tradicional MDB, que, embora tenha recuperado parte de suas perdas, ainda não alcança os patamares do passado. O MDB passou de 793 prefeituras em 2020 para 856 em 2024, um aumento de 63 prefeituras que mostra a resiliência, mas não um crescimento exponencial.

Republicanos e PL: o fortalecimento do Centrão

Já o Republicanos foi outro destaque, mais que dobrando sua quantidade de prefeituras: de 213 em 2020 para 436 em 2024, um crescimento expressivo de 223 prefeituras, consolidando-se como uma das forças emergentes do Centrão. O PL também apresentou um desempenho notável, passando de 344 para 512 prefeituras — um aumento de 168 prefeituras. Isso mostra o fortalecimento da base municipal do partido associado a Jair Bolsonaro.

Por outro lado, partidos como o União Brasil, formado pela fusão de DEM e PSL, teve um crescimento mais modesto. Passou de 560 prefeituras em 2020 para 585 em 2024, um acréscimo de 25 prefeituras. Embora não tenha tido uma expansão tão impressionante quanto Republicanos e PL, o partido mantém sua presença forte nos municípios.

A queda do PSDB e o novo papel do PSD

Um ponto que merece destaque é a perda significativa do PSDB, que já foi a principal força municipal do país. O partido sofreu uma redução de 523 prefeitos em 2020 para 273 em 2024, uma queda de 250 prefeituras. Essa redução acentuada no número de prefeituras do PSDB reflete a mudança do cenário político, em que o PSD passou a ocupar um papel que antes pertencia ao PSDB, especialmente no que diz respeito à moderação e ao combate ao extremismo.

Ainda dentro do Centrão, partidos como Solidariedade e Cidadania enfrentaram quedas substanciais. O Solidariedade passou de 135 para 63 prefeituras, enquanto o Cidadania caiu de 141 para 33. Essas perdas indicam que a força do Centrão se reconfigura, concentrando-se cada vez mais em partidos como Republicanos, PL e PSD, enquanto outras siglas perdem relevância.

O Avante, por sua vez, apresentou crescimento, passando de 81 para 135 prefeituras — um aumento de 54 prefeituras. Embora seja um crescimento notável, ainda está longe dos grandes números apresentados por PSD, PL e Republicanos.

O crescimento do Centrão

Para entender a posição do Centrão nas eleições de 2024, é essencial observar o crescimento desses partidos ao longo das últimas décadas. Em 2008, os partidos do Centrão, como MDB, PP, Republicanos, PL, União Brasil, PSD, Solidariedade, Avante, Cidadania, Mobiliza, Podemos e Patriota, controlavam juntos 3.328 prefeituras. Já em 2024, esse número saltou para 4.474 prefeituras, representando um aumento de 1.146 prefeituras — um crescimento de aproximadamente 34,4%.

Entre os partidos que mais contribuíram para esse crescimento estão o PSD, que, apesar de não existir em 2008, tornou-se o partido com o maior número de prefeituras em 2024, controlando 882 prefeituras. Outro destaque foi o Republicanos, que passou de 54 prefeituras em 2008 para 436 em 2024, um acréscimo de 382 prefeituras. O PL também teve um aumento significativo, crescendo de 380 para 512 prefeituras no período.

No entanto, alguns partidos, como o MDB, Patriota e Cidadania, viram uma redução no número de prefeituras ao longo dos anos. O MDB, por exemplo, que já foi o maior partido municipal do país, passou de 1.190 prefeituras em 2008 para 856 em 2024, uma redução de 334 prefeituras.

Esses números mostram que, apesar das perdas de alguns partidos, o bloco do Centrão como um todo não apenas manteve sua relevância, mas ampliou sua presença no cenário municipal. A força do Centrão é reforçada principalmente pela ascensão de novos partidos, como o PSD, e pela expansão de outros, como Republicanos e PL. Assim, o crescimento do Centrão reflete sua capacidade de se adaptar e expandir, mantendo a liderança no cenário político local.

Centrão: força constante na política municipal

Portanto, se há algo a ser observado de maneira especial nas eleições municipais de 2024, não é a “tomada” pelo Centrão, mas sim o crescimento do PSD, que se estabeleceu como a principal força municipal do país, ocupando o espaço deixado pelo PSDB. Em pouco mais de uma década desde sua fundação, o PSD já lidera o número de prefeituras, reforçando sua relevância como um partido de centro, que se posiciona como alternativa aos extremos políticos e tem um papel moderador importante.

Assim, as eleições municipais de 2024 reafirmam a continuidade do Centrão, uma força política que há décadas mantém o controle de grande parte das prefeituras brasileiras. A “ascensão” do Centrão, mencionada em algumas análises, é, na verdade, uma manutenção da liderança, algo que sempre aconteceu no contexto municipal. O verdadeiro ponto fora da curva é a ascensão do PSD, que, ao ocupar o espaço deixado pelo PSDB, está remodelando a política local e se posicionando como uma alternativa sólida e moderada.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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bandoleiro

07/10/2024 - 18h28

Nao todas as prefeituras tem o mesmo peso, a prefeitura do interiro do Piaui nao tem o peso de Belo Horizonte, por tanto esses numeros nao significam nada.

Foi um fracasso da esquerda e do PT como vem sendo desde que Lula nao elege mais ninguem.


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