Especialistas alertam que o poderio militar da China pode superar em várias vezes o ataque iraniano — veja o que isso significa para a segurança global
O Irã lançou um ataque significativo com mísseis contra Israel no início desta semana, aparentemente com o objetivo de sobrecarregar as defesas aéreas israelenses e causar danos expressivos.
Embora o ataque iraniano tenha sido maciço — possivelmente o maior ataque com mísseis balísticos já registrado — ele é apenas uma fração do que seria o impacto de um ataque com mísseis chinês, que seria muito mais difícil de neutralizar.
A força de mísseis da China é uma preocupação central para o exército dos EUA, que vê a China como seu principal desafio estratégico. O Departamento de Defesa tem observado uma rápida expansão da Força de Foguetes do Exército de Libertação Popular, a unidade de mísseis da China.
Entre 2021 e 2022, a China praticamente dobrou seu estoque de mísseis balísticos e lançadores, especialmente mísseis de médio e longo alcance, o que representa uma ameaça crescente às forças dos EUA e seus aliados na região do Indo-Pacífico.
Em caso de conflito — cenário que, embora não considerado iminente, é visto como uma possibilidade crescente —, bases e ativos militares dos EUA na região poderiam enfrentar bombardeios em uma escala nunca antes vista. Caso uma guerra entre China e EUA ocorra, talvez devido a uma invasão de Taiwan ou outra disputa, os EUA poderiam ser atingidos por um ataque massivo com o extenso arsenal de mísseis balísticos da China.
Especialistas afirmam que, comparado ao recente ataque do Irã a Israel, um ataque com mísseis da China seria significativamente mais letal e de proporções muito maiores.
Embora o Irã tenha conduzido dois grandes ataques de mísseis em um único dia este ano, os analistas acreditam que a China seria capaz de realizar algo muito mais devastador, devido à sua superioridade em tecnologia de mísseis.
O ataque iraniano, que ocorreu na terça-feira e incluiu mais de 180 mísseis balísticos, foi uma resposta à morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e de Ismail Haniyeh, do Hamas. O foco dos mísseis parecia ser alvos militares e governamentais israelenses.
Autoridades dos EUA e de Israel afirmaram que o ataque foi ineficaz, com a maioria dos mísseis sendo interceptados pelas defesas aéreas. Algumas falhas e desvios de rota foram registrados, mas sem maiores consequências. As forças americanas na região, incluindo os contratorpedeiros USS Cole e USS Bulkeley, também abateram mísseis iranianos.
Apesar do recente sucesso das defesas aéreas de Israel, os especialistas alertam que um ataque chinês seria de uma magnitude muito maior, com mísseis mais sofisticados e uma maior capacidade de contornar as defesas, tornando a resposta muito mais difícil.
A China possui um arsenal de mísseis balísticos altamente avançado, como os modelos DF-21 e DF-26, e o míssil hipersônico DF-17, que são capazes de atingir alvos navais e bases americanas na região. Além disso, a China prioriza a surpresa, o que dificultaria ainda mais a defesa.
Os EUA e seus aliados no Pacífico mantêm defesas como as baterias Patriot e o sistema Aegis, mas é provável que mais seja necessário para lidar com a ameaça crescente da China. A parceria entre EUA e Japão visa desenvolver defesas antimísseis que possam interceptar armas hipersônicas, mas os desafios que um possível conflito com a China apresenta continuam a crescer.