Reviravolta em Porto Alegre! Esquerda cresce na reta final

01/06/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Sebastião Melo. Foto: Joana Berwanger/Sul21

Porto Alegre, 5 de outubro de 2024 – As eleições para a prefeitura de Porto Alegre estão ganhando novos contornos à medida que as candidaturas de esquerda, representadas por Maria do Rosário (PT) e Juliana Brizola (PDT), crescem significativamente na reta final. A pesquisa mais recente da Atlas Intel, realizada entre 29 de setembro e 4 de outubro, mostra Maria do Rosário com 18% das intenções de voto e Juliana Brizola com 15%, configurando um bloco de 33% que pode ser determinante para o segundo turno.

Com candidaturas que compartilham afinidade ideológica, há grandes expectativas sobre a possibilidade de uma união dessas forças no segundo turno. As duas políticas, conhecidas por suas pautas progressistas, têm atraído a atenção de eleitores insatisfeitos com a gestão atual e com a forma como a prefeitura lidou com as recentes catástrofes naturais que atingiram a cidade.

Tragédias recentes e críticas à gestão de Sebastião Melo

Porto Alegre ainda está se recuperando das enchentes que assolaram a cidade entre o final de abril e início de maio de 2024. Essas inundações, classificadas pelo governo gaúcho como “a maior catástrofe climática” da história do estado, trouxeram à tona questões sobre a capacidade da administração municipal em enfrentar crises climáticas. O prefeito Sebastião Melo (MDB), que busca a reeleição, tem sido duramente criticado pela resposta lenta às enchentes e pela falta de planejamento em obras de contenção e prevenção.

Os números refletem esse desgaste. Segundo a pesquisa, 57% dos eleitores avaliam negativamente a gestão de Melo em áreas de infraestrutura, e 64% consideram sua atuação no gerenciamento de crises ambientais como insatisfatória. As inundações deixaram um rastro de destruição em bairros periféricos da capital, expondo as deficiências na gestão dos recursos hídricos e na manutenção de áreas de risco.

A tragédia provocou mortes, desalojamentos e prejuízos incalculáveis para os moradores, com muitos ainda se recuperando dos danos. Esse cenário de descontentamento popular tem favorecido as candidaturas de oposição, especialmente as que representam uma guinada à esquerda, como Maria do Rosário e Juliana Brizola.

Crescimento da esquerda e união no segundo turno

Com a queda de popularidade de Melo, a disputa eleitoral tornou-se mais competitiva, abrindo espaço para o crescimento de Maria do Rosário e Juliana Brizola. Maria do Rosário, deputada federal e ex-ministra dos Direitos Humanos, tem forte apelo entre os eleitores de movimentos sociais e comunidades vulneráveis, afetadas diretamente pelas enchentes. Juliana Brizola, neta do ex-governador Leonel Brizola, também avança nas pesquisas, com base sólida entre eleitores de centro-esquerda, defendendo melhorias na educação e nos direitos trabalhistas.

Caso apenas uma das candidatas de esquerda passe para o segundo turno, a soma dos votos das duas poderá representar uma força decisiva. A expectativa é de que, no cenário de um confronto direto entre uma candidatura de esquerda e Sebastião Melo, o bloco progressista possa consolidar o apoio necessário para reverter o cenário e garantir uma virada nas eleições.

Desgaste de Sebastião Melo e o cenário do segundo turno

Embora Sebastião Melo ainda seja um nome forte na disputa, o desgaste causado pelas enchentes e pela gestão controversa em áreas cruciais como segurança, transporte e saneamento básico, tem minado sua base eleitoral. O prefeito, que durante seu mandato buscou atrair investimentos para o setor empresarial e impulsionar obras de revitalização urbana, agora enfrenta a rejeição de 47% do eleitorado, segundo a pesquisa Atlas.

O segundo turno será decisivo para definir os rumos da cidade. As articulações políticas devem se intensificar, e a possibilidade de uma união entre PT e PDT será central para a estratégia de vitória da esquerda. No entanto, Melo aposta em sua base conservadora e no apoio do empresariado para tentar manter a vantagem e se reeleger.

Cenário eleitoral em Porto Alegre

A pesquisa Atlas Intel, que ouviu 1.609 eleitores entre 29 de setembro e 4 de outubro de 2024, com margem de erro de 2 pontos percentuais, mostra um cenário de forte polarização em Porto Alegre. Enquanto a esquerda cresce na reta final, Sebastião Melo tenta manter sua liderança, mas enfrenta uma eleição que se mostra cada vez mais imprevisível.

Baixe a íntegra da pesquisa no link:

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.