Liminar concedida neste sábado (5) pede exclusão de documento forjado por campanha de Pablo Marçal
Uma liminar concedida pelo juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou neste sábado (5) a exclusão de todos os conteúdos em redes sociais que façam referência ao falso laudo psiquiátrico divulgado pelo candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) que atestaria o uso de cocaína por Guilherme Boulos (Psol).
O documento, um prontuário forjado que confirmaria o atendimento de Guilherme Boulos durante um surto psicótico em uma clínica da capital paulista, deve ser excluído de fotos e vídeos nas plataformas Instagram, TikTok e Youtube. Nas contas do próprio Marçal, os conteúdos já foram retirados do ar na noite da sexta-feira (4).
O laudo publicado por Marçal é assinado por José Roberto de Souza. De acordo com o site do Conselho Federal de Medicina, o médico já faleceu e não era especialista em psiquiatria.
“Há plausibilidade nas alegações envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica em que foi gerado o documento com o requerido Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que divulgado tais fatos”, afirmou o juiz.
A decisão foi tomada a partir de um pedido de Boulos e outras representações, que também pediam a suspensão dos perfis de Marçal até o fim do segundo turno das eleições municipais. A demanda que envolve diretamente as plataformas do ex-coach, porém, não foi atendida. Marçal vem acusando Boulos de uso de drogas desde o início da campanha eleitoral. Em outra ocasião, o candidato divulgou, conforme apuração da Folha de S. Paulo, um processo de outra pessoa com mesmo nome para associar Boulos ao abuso de cocaína.
Em nota, divulgada na sexta-feira, logo após a divulgação pela campanha de Marçal, Boulos diz que o documento é “falso e criminoso” e que vai recorrer às instâncias eleitoral, cível e criminal da Justiça contra o candidato do PRTB. Durante caminhada na avenida Paulista neste sábado (5), o psolista voltou a falar com jornalistas sobre o assunto: “ontem um dos adversários chegou ao limite de falsificar um documento, mas a farsa foi desmascarada em poucas horas (…). O que a gentes espera, agora, é que a verdade circule mais que a mentira”, finaliza.
Publicado originalmente pelo Brasil de Fato em 05/10/2024 – 10h47
Edição: Nathallia Fonseca