Avião do governo brasileiro chega ao Líbano
Israel realizou uma nova operação terrestre na madrugada deste sábado (5), com tentativas de infiltração de soldados em uma cidade no sul do Líbano, segundo o grupo extremista Hezbollah, o que resultou em confrontos armados. Paralelamente, a capital Beirute foi novamente bombardeada. Os ataques têm atingido não apenas alvos militares do Hezbollah, mas também civis, incluindo cidadãos brasileiros, dos quais dois já faleceram desde a intensificação do conflito em 20 de setembro.
Desde a segunda-feira (23), o Itamaraty vem discutindo a necessidade de realizar uma operação de repatriação de brasileiros no Líbano, uma vez que a situação se agrava. O grande debate girava em torno da escolha da rota mais segura para o resgate. A embaixada brasileira em Beirute, por sua vez, tem feito consultas à comunidade local desde a terça-feira anterior, buscando brasileiros dispostos a retornar ao Brasil. O número de interessados tem aumentado gradualmente, embora haja flutuações, com algumas famílias desistindo ou saindo por conta própria e outras sendo incluídas na lista conforme a situação se deteriora.
Em resposta ao conflito, o avião da Força Aérea Brasileira (FAB), modelo KC-30, foi mobilizado como parte da operação de resgate batizada de “Raízes do Cedro”. A aeronave decolou do Rio de Janeiro na madrugada de quarta-feira (2), fazendo uma parada em Portugal antes de seguir para o Líbano. Inicialmente, o voo estava programado para partir na sexta-feira (4), mas questões de segurança resultaram no adiamento para a manhã deste sábado (5).
Com a chegada da aeronave em Beirute às 11h22 (horário de Brasília), está prevista a repatriação de até 220 brasileiros e seus familiares. Entretanto, o Itamaraty ainda não confirmou a lista oficial de passageiros, já que esse número pode variar caso alguns desistam de embarcar. A chegada ao Brasil está prevista para domingo (6), na Base Aérea de Guarulhos (SP). O brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, informou que o Brasil possui capacidade para repatriar até 500 pessoas por semana. A aeronave deve retornar ao Líbano para buscar mais cidadãos que solicitaram ajuda para sair da zona de conflito.
A missão inclui uma tripulação composta por médicos, enfermeiros e psicólogos para auxiliar os repatriados, muitos dos quais vêm de regiões como o Vale do Bekaa e a capital Beirute, onde a maioria dos brasileiros está concentrada.