O Brasil é o maior produtor e o maior exportador de café do mundo. Até hoje, porém, os principais compradores do café brasileiro tem sido Estados Unidos e Europa.
Nos últimos 12 meses, Europa e EUA, somados, compraram quase 60% de todo o café brasileiro exportado.
Isso começa a mudar, todavia.
O Sul Global também está gostando do nosso cafezinho.
A China, por exemplo, tem aumentado as importações de café brasileiro num ritmo impressionante.
Nos últimos 12 meses, até setembro, a China importou quase 300 milhões de dólares em café do Brasil, o que representou um aumento de 77% sobre o ano anterior!
Os dados são do Comexstat, o banco de dados público do Ministério da Indústria e Comércio.
Em 10 anos, as exportações brasileiras de café para a China cresceram quase 3.000%, e em 20 anos, 17.000%!
Quando se olha para os principais blocos econômicos, fica patente a mudança gradual, mas acelerada, nos destinos do café brasileiro: as exportações brasileiras de café para os paises do sudeste asiático (Asean), por exemplo, cresceram mais de 281% em 10 anos. Para a África, o aumento em 10 anos foi o maior entre os blocos, 296%.
No total, o Brasil exportou US$ 11,88 bilhões em café nos últimos 12 meses, aumento de 33% em 1 ano, de 76% em 10 anos e 411% em 20 anos.
Importante observar que o cultivo de café é um dos mais democráticos no agronegócio, em função da melhor distribuição fundiária. Há mais de 200 mil produtores de café no Brasil, a maioria obviamente de pequeno e médio porte. A organização em cooperativas altamente profissionalizadas permite que o agricultura familiar do café tenha acesso aos mercados internacionais.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, responsável por cerca de 38% da produção global. Na safra 2023/24, espera-se que o país colha 66,3 milhões de sacas, sendo 44,9 milhões de café arábica e 21,4 milhões de robusta. Essa produção contribuirá significativamente para o volume global, que deve ultrapassar 171,4 milhões de sacas, um aumento de 4% em relação à safra anterior, impulsionado principalmente pelas safras brasileiras e colombianas.
O Vietnã é o segundo maior produtor mundial, com uma previsão de 27,5 milhões de sacas, seguido pela Colômbia, com 11,5 milhões de sacas. Juntos, Brasil, Vietnã e Colômbia serão responsáveis por mais de 61% da produção global de café em 2023/24.
Outros grandes produtores incluem Indonésia, com 9,7 milhões de sacas, Etiópia (8,3 milhões), Índia (6 milhões) e Honduras (5,7 milhões). Esses países, junto com os três principais, formam os maiores produtores de café do mundo, que juntos dominam o mercado global.
O governo brasileiro tem números um pouco mais modestos para a produção nacional de café.
Segundo a estimativa mais recente da Conab, produção brasileira de café deve chegar este ano a 54,79 milhões de sacas, representando uma redução de 0,5% em relação à safra anterior e uma diminuição de 6,8% em comparação à segunda estimativa divulgada em maio, que previa 58,81 milhões de sacas. Esse declínio é atribuído a condições climáticas adversas, como estiagens e altas temperaturas, que afetaram o desenvolvimento das lavouras de café desde a floração até a expansão dos frutos.
A produção de café arábica está estimada em 39,59 milhões de sacas, um aumento de 1,7% em relação à safra anterior, enquanto o café conilon deve registrar uma redução de 6%, com 15,2 milhões de sacas. A área total dedicada ao cultivo de café no Brasil aumentou 0,4%, totalizando 2,25 milhões de hectares, com uma produtividade média nacional de 28,8 sacas por hectare, uma queda de 1,9% em comparação à safra anterior.
Em Minas Gerais, a produção de 28,06 milhões de sacas representa uma redução de 3,3% devido a estiagens prolongadas. No Espírito Santo, a estimativa é de 14 milhões de sacas, com destaque para o crescimento de 41% na produção de arábica. Em São Paulo, a produção de arábica deve crescer 8,2%, totalizando 5,44 milhões de sacas.
Outros estados também registraram variações: a Bahia terá uma produção de 3,1 milhões de sacas, com queda de 8,8%; Rondônia produzirá 2,54 milhões de sacas de conilon, com uma redução de 16,4%; e o Paraná prevê 675,1 mil sacas de arábica, uma queda de 6%. Estados como Goiás e Amazonas, por outro lado, terão crescimento na produção de café, com aumentos de 25,1% e 14,5%, respectivamente.