Dono de Clínica condenado por falsificação está envolvido na fake news de Marçal contra Boulos

REPRODUÇÃO

O empresário Luiz Teixeira da Silva Junior, proprietário da clínica Mais Consulta, voltou a estar no centro de uma controvérsia após um laudo médico falso ter sido divulgado, sugerindo que o candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), teria procurado atendimento por consumo de drogas.

A divulgação do documento ocorreu na última sexta-feira, 4, e foi feita por Pablo Marçal (PRTB), adversário político de Boulos. O laudo foi rapidamente desmentido, e Boulos anunciou que tomará medidas legais contra Marçal.

Teixeira da Silva já possui histórico de condenação por falsificação de documentos públicos. Em 2021, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmou sua condenação por falsificação de um diploma de medicina e de uma ata de colação de grau, documentos que ele tentou usar para obter registro no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers-RS).

Investigação no Cremers

O caso que resultou na condenação de Teixeira da Silva começou quando o Cremers-RS desconfiou da autenticidade dos documentos apresentados por ele.

O Conselho entrou em contato com o Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), instituição que constava nos papéis como a responsável pela formação de Teixeira da Silva. A universidade, no entanto, informou que ele nunca havia sido aluno da instituição e que o diploma era falso.

A investigação levou o caso à Justiça, onde Teixeira da Silva foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão. A pena foi posteriormente convertida em prestação de serviços à comunidade e pagamento de multa. Em sua defesa, ele alegou ter sido vítima de um golpe de um despachante, mas o juiz responsável pelo caso rejeitou a alegação, considerando-a “inverossímil”.

Laudo Médico falso divulgado por Marçal

Na última sexta-feira, o nome de Teixeira da Silva voltou às manchetes com a divulgação de um laudo médico falso relacionado ao nome de Guilherme Boulos. O documento, divulgado por Pablo Marçal em suas redes sociais, sugeria que Boulos teria buscado atendimento médico por uso de drogas.

O laudo, além de apresentar informações incorretas, trazia a assinatura de um médico que já havia falecido, o que levantou ainda mais suspeitas sobre sua autenticidade.

Boulos, em resposta à divulgação do documento, afirmou que seus advogados já estão preparando ações legais contra Marçal. O candidato declarou que pedirá a prisão de Marçal e que o falso laudo constitui um caso claro de fake news, com o objetivo de prejudicar sua campanha política.

Com a revelação de que o laudo foi forjado, Boulos afirmou que o documento é uma tentativa clara de desacreditar sua candidatura. “Vamos acionar a Justiça para que Marçal responda por essa calúnia. Não vamos deixar que isso passe impune”, disse o candidato em declaração a jornalistas.

Os advogados de Boulos já estão preparando uma ação de cassação da candidatura de Marçal e pretendem incluir um pedido de prisão em flagrante por divulgação de notícias falsas. O processo será baseado na legislação eleitoral, que prevê punições severas para a disseminação de fake news durante o período de campanha. O caso agora está sendo analisado pelas autoridades competentes.

Teixeira da Silva, dono da clínica onde o laudo falso foi produzido, ainda não se pronunciou sobre as acusações mais recentes. O envolvimento do empresário, já condenado por falsificação de documentos, levanta dúvidas sobre a veracidade dos serviços prestados por sua clínica e a possível participação em esquemas de divulgação de documentos fraudulentos.

A divulgação de fake news tem sido um dos principais desafios enfrentados pelas autoridades eleitorais, e este caso é mais um exemplo de como a desinformação pode impactar negativamente o processo democrático. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outras instituições responsáveis pela fiscalização das eleições têm intensificado os esforços para identificar e punir os responsáveis por esse tipo de prática.

Histórico de Falsificação

A ligação de Luiz Teixeira da Silva com atividades ilícitas não é novidade. Sua tentativa de obter o registro profissional por meio de documentos falsos em 2021 marcou o início de uma série de problemas com a Justiça. A condenação naquele ano foi um marco em sua trajetória, e agora ele volta a ser investigado em um novo episódio envolvendo documentos forjados.

O uso de documentos falsos para obter vantagens ilegítimas é considerado um crime grave, e as penas podem variar conforme o tipo de documento falsificado e a intenção por trás da ação. No caso da tentativa de falsificação do diploma de medicina, a Justiça considerou a gravidade da ação, já que a profissão de médico envolve questões de saúde pública.

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