O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta sexta-feira (4) que o Irã e seus aliados regionais não recuarão diante de Israel, após um ataque israelense em Beirute que, segundo se acredita, teria como alvo o sucessor de Hassan Nasrallah, o líder assassinado do Hezbollah, grupo apoiado por Teerã.
O Irã aumentou as apostas ao disparar mísseis contra Israel na terça-feira (1°), depois que seu inimigo assassinou Nasrallah, que era secretário-geral do Hezbollah e uma figura imponente que transformou o grupo na força militar e política mais poderosa do Líbano, com alcance em todo o Oriente Médio. Israel prometeu reagir.
“A resistência na região não recuará, mesmo com a morte de seus líderes”, disse Khamenei em uma rara aparição liderando as orações de sexta-feira em Teerã, mencionando Nasrallah em seu discurso e chamando o ataque a Israel de legal e legítimo.
Ele não mencionou o oficial do Hezbollah Hashem Safieddine, que, segundo rumores, seria o sucessor de Nasrallah. O repórter Barak Ravid, da Axios, citou três autoridades israelenses que disseram que Safieddine foi alvo de ataques em um bunker subterrâneo em Beirute durante a noite.
O destino de Safieddine não estava claro, afirmou Ravid no X.
Os militares israelenses não quiseram comentar e o Hezbollah não mencionou o destino de Safieddine. Seu irmão Sayyed Abdallah Safieddine, que é o representante do Hezbollah no Irã, assistiu ao discurso de Khamenei em Teerã.
Os representantes do Irã em seu Eixo de Resistência – Hezbollah, Houthis no Iêmen e grupos armados no Iraque – realizaram ataques na região em apoio aos palestinos na guerra de Gaza. Khamenei disse que o Afeganistão deveria se juntar à “defesa”.
Cessar-fogo
Também nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, disse que Teerã apoia os esforços para um cessar-fogo no Líbano, com a condição de que seja apoiado pelo Hezbollah e que seja simultâneo a um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
“Apoiamos os esforços para um cessar-fogo com a condição de que ele seja aceitável para o povo libanês, aceitável para a resistência e, em terceiro lugar, que seja sincronizado com um cessar-fogo em Gaza”, afirmou ele.
O diplomata mais graduado do Irã também disse que sua presença em Beirute “nessas circunstâncias difíceis” é a melhor prova de que o Irã está ao lado do Líbano e apoia os xiitas.
Contexto
Israel assassinou líderes e comandantes do Hezbollah e do Hamas, o grupo militante palestino que o país vem tentando eliminar em Gaza desde o ataque a Israel há um ano.
Os militares israelenses disseram na sexta-feira que eliminaram o chefe das redes de comunicação do Hezbollah, Mohammad Rashid Sakafi, por meio de um “ataque preciso e baseado em inteligência” em Beirute na quinta-feira.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sugeriu na quinta-feira que a resposta de Israel aos mísseis do Irã, que foram derrubados com suas amplas defesas, poderia incluir um ataque às instalações de petróleo do Irã.
O subúrbio de Dahiye, ao sul de Beirute, um reduto do Hezbollah, foi alvo de novos ataques por volta da meia-noite de quinta-feira, depois que Israel ordenou que as pessoas deixassem suas casas em algumas áreas, disseram moradores e fontes de segurança.
Enormes explosões sacudiram o céu nas proximidades do principal aeroporto de Beirute nas primeiras horas de sexta-feira, e os civis libaneses disseram que estavam vivendo em constante medo.
As tensões entre o Irã e Israel têm sido altas, enquanto Israel está avaliando as opções para responder ao ataque de mísseis balísticos de Teerã na terça-feira, que o Irã realizou em resposta à ação militar de Israel no Líbano.
Com informações da Reuters*
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