A Petrobrás completa, nesta quinta-feira (3), 71 anos em pleno processo de reconstrução. Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o dia é de celebração e deve ser o momento para renovar o compromisso com as lutas coletivas e para fortalecer a pauta da transição energética justa, com a participação da Federação e de seus sindicatos.
A FUP observa que, em menos de dois anos de governo Lula, cerca de 200 trabalhadores retornaram para a Fafen Paraná, que vive o início do processo de desibernação da fábrica; foram anunciados investimentos robustos para ampliação e modernização da Repar; realizada inauguração do Complexo de Energias Boaventura, nas instalações do antigo Comperj; as obras do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima foram retomadas.
Também foram realizadas as primeiras licitações públicas do programa de renovação e ampliação da frota própria da Transpetro; retomados os investimentos na Bahia; estudos para descarbonização da Lubnor; lançado o Programa Autonomia e Renda, para capacitação de 20 mil alunos em vários estados do país; o início da recomposição de efetivo, com a realização de concursos na Petrobrás – embora ainda precise aumentar a oferta, o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI), entre outras medidas de reconstrução da empresa. Mas nem tudo são flores.
“Com a volta de Lula à presidência da República, houve avanços significativos na empresa, é inegável. Temos, sim, o que comemorar, mas além de não esquecer que muitas dessas conquistas são resultados da luta dos trabalhadores, ainda há muito o que avançar”, destaca Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
Uma das reivindicações da categoria petroleira que ainda não foi atendida é o fim dos descontos oriundos do equacionamento da Petros. “A luta pelo fim dos descontos abusivos impostos pelos Programas de Equacionamento de Déficit (PEDs), implementados pela Petrobrás em anos anteriores, é antiga e ainda não foi solucionada”, lembra Bacelar.
O dirigente também critica a distribuição de dividendos aos acionistas e lembra da importância de retomar ativos que foram vendidos em governos anteriores, como a Refinaria de Manaus (Reman), no Amazonas, a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia e outras.
Deyvid recorda que na transição energética justa os trabalhadores e as comunidades impactadas devem ser prioridade, contemplados com programas de treinamento e capacitação profissional adequados à nova realidade e compatíveis com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), melhores empregos, investimentos nas regiões e projetos de compensação.