Situação ‘por um fio’, alerta enviado chinês, pedindo imediata desescalada das tensões entre Líbano e Israel
Após as operações militares terrestres de Israel no sul do Líbano e os ataques com mísseis balísticos do Irã contra Israel, Fu Cong, representante permanente da China nas Nações Unidas, pediu a imediata desescalada da situação entre Líbano e Israel, alertando que qualquer nova provocação pode facilmente levar a uma espiral fora de controle. A situação “está por um fio”, afirmou.
Nos últimos dois meses, a situação no Oriente Médio, especialmente no Líbano, se deteriorou rapidamente. A China está profundamente preocupada com o grave cenário e com os desdobramentos futuros, disse Fu em uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira.
“Pedimos respeito à soberania, segurança e integridade territorial de todos os países”, reiterou Fu, destacando a oposição da China a qualquer ação que viole os princípios básicos das relações internacionais, além de condenar todos os ataques violentos contra civis.
A China apoia a posição da ONU, enfatizando que incursões israelenses no Líbano violam a soberania e integridade territorial deste país, infringindo as disposições da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, disse Fu.
Diante do cenário atual, o enviado chinês afirmou que o Conselho de Segurança da ONU deve agir de forma urgente e unida, fazendo exigências claras: um cessar-fogo imediato deve ser estabelecido em Gaza; é necessário avançar com a desescalada das tensões entre Líbano e Israel para interromper o ciclo de violência; e todos os esforços devem ser feitos para impedir a propagação do conflito, com as partes retornando ao caminho de soluções políticas e diplomáticas.
“Desde outubro do ano passado, ciclos de conflito violento têm ocorrido repetidamente no Oriente Médio. Israel tem ignorado os apelos da comunidade internacional por um cessar-fogo imediato, insistindo em avançar com ações militares, o que prolonga e intensifica o conflito. Uma guerra em grande escala pode eclodir a qualquer momento”, alertou Fu.
Nesse momento crítico, qualquer retórica inflamatória ou ação provocativa é extremamente perigosa e pode facilmente gerar equívocos, desencadear reações em cadeia e fazer a situação sair de controle. “A China insta todas as partes, especialmente Israel, a exercerem moderação e evitar qualquer ação que possa escalar ainda mais a situação”, ressaltou Fu.
O conflito causou um desastre humanitário sem precedentes, e Gaza se tornou “um inferno na Terra”, com destruição maciça de instalações civis, milhares de mortos e mais de um milhão de pessoas deslocadas no Líbano, afirmou o embaixador.
Ele pediu a todas as partes que respeitem as linhas vermelhas do direito humanitário internacional e garantam a proteção dos civis.
Advertindo que a situação atual está “por um fio”, Fu disse que qualquer procrastinação seria irresponsável, e qualquer retórica que apoie aventuras militares adicionais enviaria uma mensagem equivocada, com graves consequências.
“Esperamos que os principais países com influência adotem uma atitude sincera e responsável, desempenhando um papel construtivo para evitar a escalada da situação”, destacou.
Fu reiterou a importância de respeitar a neutralidade da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) e garantir a segurança dos pacificadores da ONU. “Os bens e o pessoal da ONU não devem ser alvo de ataques armados”, disse ele.
Israel avançou na quarta-feira com uma incursão terrestre no Líbano contra o Hezbollah, resultando na morte de oito soldados israelenses, e realizou ataques em Gaza, matando dezenas de pessoas, incluindo crianças, relatou a AP na quinta-feira.
O Irã lançou quase 200 mísseis balísticos contra Israel na terça-feira, como retaliação pelas recentes mortes de altos funcionários do Hezbollah e do Hamas. Enquanto isso, 55 pessoas foram mortas e 156 ficaram feridas em ataques aéreos israelenses no Líbano nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde do Líbano na quarta-feira.
O Ministério das Relações Exteriores da China expressou profundas preocupações na quarta-feira sobre a turbulência no Oriente Médio, enfatizando que a China se opõe à violação da soberania, segurança e integridade territorial do Líbano e a quaisquer ações que aumentem as tensões. A China pede à comunidade internacional, especialmente aos países influentes, que desempenhem um papel construtivo para evitar novos tumultos.
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