Representante da China na ONU faz discurso contundente em favor da paz no oriente médio

Fu Cong (C, Frente), representante permanente da China nas Nações Unidas, fala na reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação entre Líbano e Israel, na sede da ONU em Nova York, em 2 de outubro de 2024. O enviado chinês, na quarta-feira, pediu ao Conselho de Segurança da ONU que tome medidas urgentes para desescalar a situação entre Líbano e Israel. (Xinhua/Xie E)

Situação ‘por um fio’, alerta enviado chinês, pedindo imediata desescalada das tensões entre Líbano e Israel

Após as operações militares terrestres de Israel no sul do Líbano e os ataques com mísseis balísticos do Irã contra Israel, Fu Cong, representante permanente da China nas Nações Unidas, pediu a imediata desescalada da situação entre Líbano e Israel, alertando que qualquer nova provocação pode facilmente levar a uma espiral fora de controle. A situação “está por um fio”, afirmou.

Nos últimos dois meses, a situação no Oriente Médio, especialmente no Líbano, se deteriorou rapidamente. A China está profundamente preocupada com o grave cenário e com os desdobramentos futuros, disse Fu em uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira.

“Pedimos respeito à soberania, segurança e integridade territorial de todos os países”, reiterou Fu, destacando a oposição da China a qualquer ação que viole os princípios básicos das relações internacionais, além de condenar todos os ataques violentos contra civis.

A China apoia a posição da ONU, enfatizando que incursões israelenses no Líbano violam a soberania e integridade territorial deste país, infringindo as disposições da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, disse Fu.

Diante do cenário atual, o enviado chinês afirmou que o Conselho de Segurança da ONU deve agir de forma urgente e unida, fazendo exigências claras: um cessar-fogo imediato deve ser estabelecido em Gaza; é necessário avançar com a desescalada das tensões entre Líbano e Israel para interromper o ciclo de violência; e todos os esforços devem ser feitos para impedir a propagação do conflito, com as partes retornando ao caminho de soluções políticas e diplomáticas.

“Desde outubro do ano passado, ciclos de conflito violento têm ocorrido repetidamente no Oriente Médio. Israel tem ignorado os apelos da comunidade internacional por um cessar-fogo imediato, insistindo em avançar com ações militares, o que prolonga e intensifica o conflito. Uma guerra em grande escala pode eclodir a qualquer momento”, alertou Fu.

Nesse momento crítico, qualquer retórica inflamatória ou ação provocativa é extremamente perigosa e pode facilmente gerar equívocos, desencadear reações em cadeia e fazer a situação sair de controle. “A China insta todas as partes, especialmente Israel, a exercerem moderação e evitar qualquer ação que possa escalar ainda mais a situação”, ressaltou Fu.

O conflito causou um desastre humanitário sem precedentes, e Gaza se tornou “um inferno na Terra”, com destruição maciça de instalações civis, milhares de mortos e mais de um milhão de pessoas deslocadas no Líbano, afirmou o embaixador.

Ele pediu a todas as partes que respeitem as linhas vermelhas do direito humanitário internacional e garantam a proteção dos civis.

Advertindo que a situação atual está “por um fio”, Fu disse que qualquer procrastinação seria irresponsável, e qualquer retórica que apoie aventuras militares adicionais enviaria uma mensagem equivocada, com graves consequências.

“Esperamos que os principais países com influência adotem uma atitude sincera e responsável, desempenhando um papel construtivo para evitar a escalada da situação”, destacou.

Fu reiterou a importância de respeitar a neutralidade da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) e garantir a segurança dos pacificadores da ONU. “Os bens e o pessoal da ONU não devem ser alvo de ataques armados”, disse ele.

Israel avançou na quarta-feira com uma incursão terrestre no Líbano contra o Hezbollah, resultando na morte de oito soldados israelenses, e realizou ataques em Gaza, matando dezenas de pessoas, incluindo crianças, relatou a AP na quinta-feira.

O Irã lançou quase 200 mísseis balísticos contra Israel na terça-feira, como retaliação pelas recentes mortes de altos funcionários do Hezbollah e do Hamas. Enquanto isso, 55 pessoas foram mortas e 156 ficaram feridas em ataques aéreos israelenses no Líbano nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde do Líbano na quarta-feira.

O Ministério das Relações Exteriores da China expressou profundas preocupações na quarta-feira sobre a turbulência no Oriente Médio, enfatizando que a China se opõe à violação da soberania, segurança e integridade territorial do Líbano e a quaisquer ações que aumentem as tensões. A China pede à comunidade internacional, especialmente aos países influentes, que desempenhem um papel construtivo para evitar novos tumultos.

No Global Times.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.