Novos bombardeios de Israel aumentam o número de vítimas e forçam países a agir rápido — veja como as evacuações estão acontecendo em meio ao caos no Líbano e Gaza
Pelo menos 7 profissionais de saúde e resgate foram mortos em um ataque aéreo israelense em um prédio de apartamentos em Beirute, de acordo com uma organização de saúde islâmica. O ataque, que ocorreu na madrugada desta quinta-feira (3), intensificou o conflito entre Israel e grupos apoiados pelo Irã, como o Hezbollah no Líbano e o Hamas na Faixa de Gaza, elevando o temor de uma escalada para um conflito regional mais amplo. O alvo foi o distrito residencial de Bashoura, em Beirute, atingindo um prédio que abrigava um escritório da Health Society, uma organização de socorristas civis ligada ao Hezbollah.
Este foi o segundo ataque aéreo a atingir o centro de Beirute em uma semana e o segundo a atingir a Health Society em apenas 24 horas. A Associated Press informou que não houve nenhum alerta emitido por Israel antes do ataque, que foi descrito por moradores como envolto em um cheiro de enxofre. A Agência Nacional de Notícias do Líbano acusou Israel de usar bombas de fósforo, proibidas pelo direito internacional em áreas civis.
Grupos de direitos humanos já denunciaram anteriormente o uso de fósforo branco por Israel em cidades e vilas no sul do Líbano, onde os conflitos têm sido intensos.
Apesar da gravidade dos acontecimentos, as Forças de Defesa de Israel (IDF) se limitaram a afirmar que conduziram um “ataque preciso” em Beirute, sem fornecer mais detalhes. O bombardeio contínuo por parte de Israel no sul do Líbano e em Beirute deixou 46 mortos e 85 feridos nas últimas 24 horas, de acordo com as autoridades de saúde libanesas. Desde o início das operações israelenses, mais de 1.000 pessoas foram mortas e mais de 1 milhão foram deslocadas de suas casas no Líbano.
O aumento das operações militares de Israel também incluiu novas ordens de evacuação para 25 cidades e vilas no sul do Líbano, elevando para 77 o número de comunidades forçadas a evacuar desde o início das incursões terrestres israelenses na região. A Força Aérea Israelense (IAF) informou que, em um ataque no sul do Líbano, cerca de 15 militantes do Hezbollah foram mortos.
A guerra de Israel contra o Hezbollah no Líbano ocorre simultaneamente à devastadora campanha contra o Hamas em Gaza, que matou mais de 41.500 palestinos desde o início do conflito, quase um ano atrás. O combate intenso com o Hezbollah, um grupo militar muito mais poderoso e bem armado que o Hamas, levou à morte de oito soldados israelenses nos últimos dias, segundo a IDF.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou uma reunião de emergência para discutir o crescente conflito no Oriente Médio. O embaixador do Irã na ONU confirmou que seu país havia lançado quase 200 mísseis contra Israel em retaliação à escalada de violência. Israel classificou o ataque iraniano como um “ato de agressão sem precedentes”. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu retaliar o Irã, enquanto um comandante iraniano ameaçou ampliar os ataques a infraestrutura crítica de Israel.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que a resposta de Israel ao ataque iraniano deve ser “proporcional”, mas descartou apoiar um ataque israelense às instalações nucleares do Irã. Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, condenou o ataque iraniano como “inaceitável”, mas afirmou que Israel, com o apoio dos EUA, conseguiu frustrar a maioria dos mísseis disparados.
A troca de fogo entre Israel e Hezbollah na fronteira do Líbano tem ocorrido diariamente desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, quando terroristas mataram 1.200 israelenses e sequestraram 251 pessoas. Nos últimos dias, o conflito tem escalado de forma dramática.
Com o aumento do derramamento de sangue, vários países, incluindo Reino Unido, Japão e Austrália, iniciaram planos de evacuação de seus cidadãos no Líbano. O Pentágono dos EUA, embora ainda não tenha emitido uma ordem de evacuação para cidadãos americanos, advertiu para a necessidade de precauções e preparações. O Departamento de Estado dos EUA, que já havia emitido um aviso de “Não Viaje” para o Líbano, reforçou que qualquer cidadão americano ainda no país deve procurar deixar o território o mais rápido possível.
Com os ataques aéreos intensificando-se em Beirute, a situação de segurança no Líbano se torna cada vez mais volátil, aumentando os riscos de uma escalada que pode envolver diretamente mais atores regionais e globais.
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